Chile decreta estado de emergência após protestos em Santiago
As manifestações reivindicavam o aumento no preço das passagens

Foto: Reprodução | Reuters/Ramon Monroy
Na madrugada deste sábado (19), o presidente do Chile, Sebastián Piñera, decretou estado de emergência após protestos que tomaram estações de metrô na capital Santiago.
De acordo com as informações do G1, as manifestações reivindicam o aumento no preço das passagens. Porém, os protestos acabaram em violência.
Segundo agências internacionais, um balanço parcial informa que 19 estações de metrô e 16 ônibus urbanos sofreram danos, e 180 pessoas foram presas. O metrô da capital chilena ficará fechado neste final de semana.
"Diante dos ataques sérios e repetidos e contra as estações e instalações do metrô de Santiago, contra a ordem pública e a segurança pública, declarei estado de emergência nas províncias de Santiago e Chacabuco, e nos municípios de Puente Alto e San Bernardo, na região metropolitana", afirmou o presidente chileno.
Além disso, Piñera revelou que o objetivo da medida é voltar a recuperar a normalidade. "O objetivo deste estado de emergência é muito simples, mas muito profundo: garantir a ordem pública, a tranquilidade dos habitantes da cidade de Santiago, proteger bens públicos e privados e, acima de tudo, garantir os direitos de todos", disse o presidente, de acordo com o G1.
As manifestações
Ontem (18), Santiago foi palco de protestos contra o aumento de 800 para 830 pesos (equivalente a R$ 4,80) nos bilhetes do metrô no horário de pico. Desde 2010, não havia aumento nessa proporção (3,75%).
Manifestantes foram em massa para as estações de metrô e forçaram a entrada sem pagar, causando destruição e enfrentando a polícia. A situação forçou o metrô de Santiago, que transporta diariamente quase 3 milhões de pessoas, a fechar todas as estações na sexta-feira, o que levou ao colapso do sistema de transporte da cidade.
E desde segunda-feira, milhares de pessoas, especialmente estudantes do ensino médio e universitário, têm protestado contra o aumento no preço dos bilhetes de metrô, decretado há duas semanas.
O Metrô de Santiago possui a uma empresa privada, de propriedade em parte do Estado chileno. O preço é fixado pelo chamado Painel de Peritos, com base em vários indicadores, como inflação, custo dos fornecimentos para o seu funcionamento e a taxa de câmbio, entre outros, e é aprovado pelo Ministério dos Transportes.