China envia aviões de combate contra defesas de Taiwan após visita de Nancy Pelosi
Governo Chinês enviou 27 aviões de combate através do estreito que separa a ilha de seu território continental
Em protesto pela visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a China fez sua primeira ação militar concreta a Taiwan: enviou 27 aviões de combate através do estreito que separa a ilha de seu território continental. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, ao menos 22 aeronaves cruzaram a linha que divide a área, que tem 130 km no seu ponto mais estreito.
A ação desta quarta-feira (3) ocorreu logo após Pelosi deixar a ilha, onde havia chegado na noite anterior para encontrar-se com autoridades e ativistas pró-democracia. Pequim havia alertado que não deixaria a provocação, que vê como afronta direta, sem resposta.
Inicialmente, observadores apostavam justamente nisso, uma incursão. A ocorrida foi mediana em tamanho: a maior de todas envolveu 52 aeronaves, em outubro do ano passado. Mas a China vai flexionar outros músculos, tendo anunciado exercícios com tiro real em seis áreas em torno de Taiwan.
Segundo o governo da ilha, isso equivale a um bloqueio aeronaval, que força mudança de rotas de voos internacionais e de navios. Pequim se mantém inflexível, e diz que fará as manobras de quinta (4) a sábado (6).
Aliados dos Estados Unidos já demonstraram descontentamento com a viagem de Pelosi, que seguiu de Taiwan para a Coreia do Sul e, depois, irá ao Japão.
O governo de Joe Biden havia sugerido a Pelosi não fazer a viagem, ainda que no curto prazo possa haver benefícios para o Partido Democrata dela e do presidente, que enfrenta eleições congressuais duras em novembro. Já para o governo de Xi Jinping, que ganhará um terceiro mandato em novembro, o equilíbrio na reação pode galvanizar apoio doméstico sem arriscar uma guerra que seria desastrosa.
Forças navais americanas e chinesas estão em alerta em águas próximas de Taiwan, inclusive com porta-aviões de ambos os países.