A cientista-chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, afirmou nesta quinta-feira (18), em entrevista coletiva, que espera ter "algumas centenas de milhões de doses" de uma vacina para a Covid-19 até o fim do ano.

Ela também pontuou que a OMS está discutindo com os Estados-membros uma maneira justa de distribuição da vacina: a ideia é dar prioridade a funcionários de saúde na linha de frente e a quem trabalha em ambientes com alto risco de transmissão, como prisões e casas de repouso, além de pessoas nos grupos de risco – por causa da idade ou por terem outras doenças.

Ela também foi questionada sobre o uso da hidroxicloroquina, no Brasil, para tratar a Covid-19. Os ensaios clínicos da OMS com a substância foram suspensos, pela segunda vez, na quarta (17). Swaminathan reiterou que está claro que ela não reduz a mortalidade de pacientes hospitalizados com a Covid-19.

"Nosso comitê de segurança de dados, independente, olhou para os dados preliminares do nosso estudo e descobriu que não havia benefício na mortalidade dos pacientes usando hidroxicloroquina comparado aos pacientes do grupo controle", disse a cientista.

Swaminathan deixou claro que países, incluindo o Brasil, têm a liberdade de decidir seus protocolos, mas frisou que eles devem ser baseados em evidências científicas.