Cientistas obtêm resultados promissores em vacina contra Alzheimer

Imunizante japonês foca em células cerebrais inflamadas associadas à doença e apresenta resultados animadores em testes com camundongos

[Cientistas obtêm resultados promissores em vacina contra Alzheimer]

FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Um grupo de cientistas japoneses da Escola de Medicina da Universidade Juntendo, em Tóquio, obteve resultados animadores na primeira fase de testes de uma vacina com potencial para mudar o curso da doença de Alzheimer. O imunizante tem como foco células cerebrais inflamadas associadas ao Alzheimer e apresentou resultados promissores em experimentos realizados em camundongos. 

Os pesquisadores já haviam desenvolvido anteriormente uma vacina capaz de eliminar células senescentes, que contribuem para o desenvolvimento de diversas doenças relacionadas ao envelhecimento, como aterosclerose e diabetes tipo 2. Ao descobrir que células senescentes são altamente expressas em pessoas com doença de Alzheimer, decidiram testar a vacina também para esse quadro específico.

Os primeiros ensaios com os camundongos demonstraram que o imunizante foi eficaz na redução do número de células senescentes no cérebro dos animais. Além disso, os camundongos vacinados apresentaram menos placas amiloides, que são depósitos anormais de proteínas beta-amiloide que se acumulam no cérebro, e também tiveram menos inflamação no tecido cerebral. Além das melhorias comportamentais, observou-se uma melhoria na memória dos animais.

Os cientistas japoneses agora planejam avançar para testes em seres humanos, vislumbrando a possibilidade de prevenir ou modificar a progressão da doença de Alzheimer. Segundo Chieh-Lun Hsiao, estudante de pós-doutorado do Departamento de Biologia Cardiovascular e Medicina da Escola de Medicina da Universidade de Juntendo, o sucesso dos testes em humanos seria um grande passo para retardar ou até mesmo prevenir essa doença neurodegenerativa.

A doença de Alzheimer é um distúrbio neurodegenerativo caracterizado pelo acúmulo de pedaços de proteínas beta-amiloide no cérebro, formando aglomerados ou placas que interrompem a função celular. Problemas vasculares também podem contribuir para o desenvolvimento da doença, devido a falhas na barreira hematoencefálica, que impede a entrada de agentes nocivos no cérebro.

Atualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com demência, sendo que entre 60% e 70% desses casos são de Alzheimer. Com o envelhecimento da população, a estimativa é que o número de pessoas com demência alcance 78 milhões em oito anos e 139 milhões até 2050.


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