Cientistas suspeitam que variantes da Covid-19 surgiram a partir de pessoas infectadas por muitos dias
Sistema imunológico dessas pessoas foram afetadas e vírus pode ter tido tempo para evoluir

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As variações do SARS-CoV-2 acontecem a cada duas semanas e os pesquisadores tentam descobrir onde e como elas surgem com mais facilidade. Uma das hipóteses apresentada é que as novas cepas da Covid-19 apareceram a partir de pessoas que ficaram infectadas por muitos dias e com problemas de saúde que afetaram o sistema imunológico.
De acordo com o biólogo e virologista do Instituto de Medicina Tropical, da Faculdade de Medicina da USP (IMT/FMUSP), José Eduardo Levi, em entrevista ao R7, o vírus teve tempo para se adaptar e evoluir dentro do corpo do paciente antes de ser transmitidos a outras pessoas.
“As pessoas que não conseguiram eliminar o vírus são os imunodeficientes. Existe a hipótese forte de que os imunossuprimidos em geral, como os transplantados ou com outras doenças, fiquem com o vírus mais tempo no corpo, aumentando a chance de acontecerem as mutações”, explica o biólogo.
Já segundo a médica e presidente da da Comissão de Revisão de Calendários Vacinais da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, essa hipótese ainda precisa ser comprovada.
"A hipótese do aparecimento das variantes ainda precisa ser comprovada. O que temos é que os imunideficientes têm mais riscos de pegar a forma grave de qualquer doença. Vacinas contra a covid são seguras, já que esses pacientes não podem receber imunizantes com vírus ativos e todos os que são aplicados no mundo contra o SARS-CoV-2 não são com vírus vivo", explica Monica.
Ela alerta que essas pessoas que tiveram infecção por mais tempo e, consequentemente, tiveram o sistema imunológico afetado, devem seguir com os cuidados higiênicos mesmo após ser imunizado contra a Covid-19. “Nenhuma pessoa com imunodepressão deve tomar a vacina e deixar de se cuidar. Já que não temos dados da eficácia. É receber a vacina e seguir com o isolamento social, higienização das mãos e uso de máscaras”, reforça a médica.


