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Cirurgia rara de implante de dente no olho faz paciente recuperar visão

Caso é considerado um dos mais complexos da oftalmologia

Por Da Redação
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Cirurgia rara de implante de dente no olho faz paciente recuperar visão

Foto: Arquivo Pessoal

Um homem canadense de 34 anos voltou a enxergar após 20 anos de quase cegueira graças a uma cirurgia rara que utiliza um dente humano para restaurar a visão. O procedimento, chamado osteo-odonto-queratoprótese e popularmente conhecido como “dente no olho”, foi realizado em 2025 pelo Dr. Greg Moloney, professor clínico associado de cirurgia da córnea da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá.

Brent Chapman tinha 13 anos quando tomou um ibuprofeno durante um jogo de basquete. O remédio desencadeou uma reação grave conhecida como Síndrome de Stevens-Johnson, uma condição rara e potencialmente fatal que provoca queimaduras internas e externas no corpo, incluindo na superfície ocular.

Segundo a CNN, Chapman ficou em coma por 27 dias, perdeu o olho esquerdo devido a uma infecção e viu sua visão direita se deteriorar ao longo dos anos. Nas duas décadas seguintes, passou por cerca de 50 cirurgias, a maioria delas transplantes de córnea, mas nenhuma teve efeito duradouro.

“Às vezes a córnea durava meses ou até anos, mas nunca cicatrizava completamente”, contou o paciente.

O procedimento envolve retirar um dente canino do paciente junto com uma fina camada de osso, perfurá-lo e adaptar um cilindro óptico de plástico. Esse complexo é implantado inicialmente na bochecha ou pálpebra para que o tecido cresça ao redor e se integre ao organismo.

Meses depois, a estrutura é fixada no olho, substituindo a córnea danificada. O tecido da boca é usado para cobrir a área, dando ao olho uma tonalidade rosada. O resultado permite que a luz volte a alcançar a retina, desde que retina e nervo óptico estejam saudáveis.

“O dente é uma estrutura ideal porque é rígida, resistente e aceita pelo corpo, já que faz parte dele mesmo”, explicou Moloney.

Resultados e emoção

Chapman passou pela extração do dente em fevereiro de 2025. A estrutura foi colocada no olho em junho, e a última cirurgia de ajuste ocorreu em agosto. Em agosto, ele já apresentava visão de 20/30, considerada próxima ao normal.

A primeira imagem que enxergou foi a vista do horizonte a partir do 16º andar do hospital. “Poder ver novamente a cidade inteira foi indescritível. Eu não fazia contato visual com ninguém há 20 anos”, relatou.

O médico responsável disse que foi um momento emocionante para toda a equipe. “É como ver uma pessoa sair de uma cápsula do tempo e se reconectar com o mundo”, afirmou Moloney.

Chapman retomou planos antes impossíveis. Ele deseja voltar ao trabalho como massoterapeuta, viajar para o Japão no topo da lista, e aproveitar a convivência com a sobrinha e o sobrinho pequenos.

“Isso abriu uma nova porta na minha vida. Agora posso sonhar de novo, sem medo de perder tudo de repente”, disse.

Embora a cirurgia seja considerada um último recurso e só possa ser feita por poucos especialistas no mundo, casos como o de Chapman oferecem esperança a pacientes que não respondem a transplantes de córnea convencionais.

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