Claudio Tinoco diz que objetivo de audência sobre VLT é 'dar transparência' e 'iniciar discussão' de nova modelagem
Com obras paradas há anos, o monotrilho do Subúrbio pode ser cancelado pelo governo da Bahia

Foto: Farol da Bahia
A Câmara Municipal de Salvador realiza, nesta quinta-feira (3), uma audiência pública para discutir o monotrilho do Subúrbio, no qual as obras estão paradas há anos. Proposta pelo vereador Claudio Tinoco (União Brasil), o parlamentar afirmou ao Farol da Bahia que o evento conta com dois objetivos: dar transparência sobre os processos e discutir uma nova modelagem para a região da Suburbana, caso o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) seja cancelado.
"Com o anúncio da possibilidade de cancelamento, nulidade ou distrato ou rescisão do contrato, a gente imagina que isso pode ser também uma oportunidade de se resdiscutir o modal a ser implementado, até mesmo porque existe uma corrente muito forte que defende a volta dos trilhos, assim como foi planejado um período de três anos pelo próprio governo do estado quando cogitou a implantação de um Veículo Leve sobre Trilhos [VLT]. E existe uma corrente também que esses trilhos tragam uma integração entre o porto de Salvador, a Região Metropolitana, e quem sabe até a Ferrovia Centro Atlântica, estabelecendo um sistema de transportes de passageiros e de carga. O nosso entendimento é que o cancelamento vai trazer uma oportunidade, mas claro que você não pode afastar a necessidade de apuração de responsabilidade e reparação por tudo aquilo que foi provocado", explicou com exclusividade à reportagem.
Entre os impactos citados por Tinoco, está a depreciação do trens, que transportavam centenas de passageiros diariamente pela tarifa de R$ 0,50 (inteira) e R$ 0,25 (meia), e a responsabilização dos que foram contra ao projeto. "Primeiro, a depreciação de um patrimônio de mais de 160 anos, que eram os trens do Subúrbio. E, claro, a responsabilização daqueles que foram decisivos para que essa obra não saísse do papel e passasse desde a ordem de serviço, dois anos e meio, até este momento sem cronograma. Nós não sabemos se ele foi cancelado, se vai ter início, meio e fim", destacou.
O projeto do VLT foi assinado em 2019, com o Consórcio Skyrail, formado pela chinesa Build Your Dreams (BYD) e Metrogreen. O transporte substituiria os trens do subúrbio da capital baiana, que foram desativados em 2021. Na época, a expectativa era que um trecho do VLT estivesse funcionando em 2023, o que não ocorreu. Dos iniciais R$ 1,5 bilhões para a conclusão do VLT, o valor atual já passa de R$ 5,2 bilhões, um aumento de 246%.
"A gente tem dois objetivos com essa audiência, dar transparência, trazendo logicamente as informações que os órgãos de fiscalização estão apontando em diversos processos de auditoria, e claro, iniciar a discussão para estabelecer uma nova modelagem, uma vez que o cancelamento do contrato se estabeleça", finalizou.


