Coaf aponta movimentação financeira incompatível com patrimônio de Ricardo Barros
Segundo o relatório, Barros movimentou R$ 169.849,97 acima do que foi declarado

Foto: Reprodução/Agência Brasil
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) analisa movimentações financeiras incompatíveis com renda e patrimônio declarado do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR). O parlamentar está no centro de investigações da CPI da Covid por suposto envolvimento em um esquema de favorecimento a empresas aliadas para intermediação de aquisição de vacinas mediante lucro pessoal.
O relatório do Coaf foi obtido pelo jornal O Globo após ser encaminhado à CPI da Covid no Senado, no dia 18 de agosto. O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), confirmou que Ricardo Barros foi incluído na lista formal de investigados pelo colegiado.
Segundo o relatório, Barros movimentou recursos com familiares ou "estreitos colaboradores" sem prestar justificativa aos eventos econômicos. O Coaf apontou que o deputado movimentou R$ 169.849,97 acima do que foi declarado.
Somente no mês de março deste ano, as transferências dele entre pessoas físicas e jurídicas em que Barros é sócio, somaram R$ 418 mil, representando 94% do que o deputado afirma ter como patrimônio líquido - R$ 446 mil.
De acordo com o jornal O Globo, o relatório registra que Barros é investigado por corrupção passiva, crime eleitoral, crimes contra a administração pública, formação de quadrilha, fraude, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e lavagem eleitoral.
Ricardo Barros se defendeu por meio de nota enviada à reportagem: "Reforço que todas as movimentações financeiras pessoais ou referentes as minhas empresas são compatíveis com a minha renda e são operações dentro da normalidade. Não há relação entre movimentação financeira e patrimônio declarado. São coisas incomparáveis. A Receita Federal inclusive já acatou a minha defesa em processo administrativo que questionava essas movimentações. Não há nada de irregular."


