Em razão da falta de correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), o trabalhador que recebe um salário mínimo e meio passa a pagar imposto em 2023. Já que o montante aumentou de R$ 1.212 para R$ 1.320, a partir de 1º de janeiro, quem ganha 1,5 salário atinge o valor de R$ 1.980, deixando de ser isento.

Desde 2015, quando a quantia estabelecida pelo governo era de R$ 788, o limite da faixa de isenção da tabela permanecia em R$ 1.903. Na época, pagava a quantia somente aqueles que ganhavam acima de 2,4 mínimos, hoje, R$ 3.168.

De acordo com um estudo do Sindifisco Nacional, divulgado no ano passado, de 1996 até junho de 2022, a tabela do Imposto de Renda concentrou uma defasagem de 147,37%.

Caso a tabela fosse reajustada pela inflação, a faixa de isenção, que hoje é de R$ 1.903,98, seria elevada para R$ 4.670,23. Dessa forma, cerca de 12 milhões de pessoas seriam beneficiadas, já que deixariam de pagar o imposto, totalizando 24 milhões de isentos.

Não é feito um reajuste na tabela progressiva desde 2015 e, de 2018 para cá, a defasagem é de 26,5%, com base nos dados do Sindifisco.