Comércio marítimo global terá a evolução mais lenta das últimas três décadas, aponta Unctad
Média de 2,1% pode ser manter durante os próximos cinco anos, a organização pede esforços da comunidade internacional para se preparar melhor para o futuro

Foto: Tania Rêgo/ Agência Brasil
Um relatório divulgado pela Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), apontou que a evolução do comércio marítimo global em 2023 será a mais lenta em comparação as três últimas décadas. A média de evolução neste ano é de 2,1% ante 3,3% registrado nos últimos trinta anos. Essa tendência pode se manter pelos próximos cinco anos.
O órgão projeta um avanço moderado de 1,4% no último ano, depois de uma recuperação significativa em 2021, quando o tipo de troca subiu 3,2% e o total de embarques se aproximou de 11 bilhões de toneladas. A taxa de 2022 representa uma melhora de sete pontos percentuais, comparado com o recuo de 3,8% em 2020.
O continente africano teve um dos maiores crescimentos no comércio marítimo, evoluiu 5,6% em relação a 2020. A Ásia se consolidou como o principal centro de manuseio de carga marítima do mundo, ao corresponder a 42% das exportações e 64% das importações. América Latina e Caribe tiveram crescimento de 3% no comércio marítimo em 2021.
No relatório, a Unctad analisa mudanças estruturais e cíclicas que afetam o tipo de troca, os portos e a navegação. A agência recomenda que haja maiores investimentos nas cadeias de abastecimento marítimo, visando que as conexões com o interior estejam mais preparadas para futuras crises globais, além da transição para energia de baixo carbono. Os documentos apontam ainda que a crise da cadeia de suprimentos dos últimos dois anos expôs a incompatibilidade entre demanda e oferta de capacidade logística, o que gerou aumentos nas taxas de frete, congestionamentos e interrupções nas cadeias de valor globais.