Depois de lançar o Sportage e o Stonic, modelos híbridos leves, a Kia apresentou em São paulo seu primeiro carro 100% híbrido. O crossover tem porte médio e potência de 141cv com torque de 27kgfm e preços competitivos para o mercado onde está inserido. Na Bahia, a marca tem apenas um confessionário na capital, pertencente ao grupo Intervia.

Entra em cena um visual bastante arrojado e alinhado com uma nova geração de carros como o elétrico EV6 de linhas mais limpas e perfil elevado. O Niro HEV chega em duas versões com preços entre R$ 204,9 a R$ 239,9 mil e o R7-Autos Carros teve a chance de testar o SUV no autódromo da Capuava, interior paulista. 

“Pessoalmente” o Kia Niro impressiona pelo porte de crossover médio. Com 4,42m de comprimento ele está alinhado aos concorrentes mas é ligeiramente mais baixo com 1,54m de altura e mais largo com 1,82m. O entre-eixos garante um amplo espaço interno com direito a 425 litros de porta-malas ou 1.419 litros com os bancos rebaixados. O Niro usa a plataforma K3 dos modelos elétricos e não do Sportage ou Stonic, novamente provando que se trata de um projeto feito para ser eletrificado. 

Com um certo tom sustentável o revestimento superior do porta malas usa uma trama feira com 70% de plástico reciclado enquanto os bancos de couro usam tecido em Altaica, uma mescla da composição dos eucaliptos muito usados em reflorestamento e para produção de celulose. 

Primeiro contato 

Ao acelerar o Niro HEV se nota o comportamento dos modelos híbridos de verdade. Ele funciona somente no modo elétrico em baixas velocidades tracionado apenas pelo motor elétrico de 32kw que rende 17kgfm de torque alimentado por bateria de polímero de lítio de 240V ao lado da bateria de 12V que dispensa o “chumbo ácido” tradicional. Assim, se o carro descarregar a bateria de alta voltagem recarrega a bateria de acessórios ao toque de um botão. 

Basta pisar mais forte no acelerador para o Niro acordar. Embora seus 141cv e 27kgfm não sejam muita coisa o nível de resposta é muito bom. O motor a combustão é uma solução da casa com o 1.6 Smartstream de 105cv e 14,7kgfm com uma turbina pequena de 350bar. 

O Niro tem dois modos de condução sendo que no Eco ele permite regeneração mais forte das baterias pelo shift paddle. No modo Sport a resposta do acelerador é mais ágil e até a instrumentação do painel digital muda para a cor vermelha. 

Segundo a Kia a autonomia do carro é de 800km com um tanque de gasolina perfazendo médias de 19km/l na cidade e 18 na estrada. A transmissão do Niro é de dupla embreagem DCT e a ré é aciona somente o motor elétrico o que faz economizar até 2.3kg.

Percebemos no primeiro contato com o Niro HEV que ao menor sinal de desaceleração ou piso plano o motor a combustão desliga silenciosamente. Dentro da garagem de casa ele sempre liga no modo elétrico, e todas as manobras e marcha ré serão feitas sem sem ligar motor. 

O preço é bastante competitivo e na versão de entrada que traz lanternas de LED e farol halógeno sem teto solar e alguns itens como ACC “stop and Go” de R$ 204,9 mil o consumidor terá um carro mais barato que o Corolla Cross Hybrid SRX de R$ 208 mil. E por R$ 35 mil a mais leva itens como ACC com ajuste de congestionamento, teto solar, faróis em LED, câmbio com seletor giratório, abertura inteligente do porta malas, acabamento interno com superfície que imita carbono, partida remota e outros itens que os concorrentes não oferecem. Itens como sete airbags, alerta de ponto cego e sensores de estacionamento são sempre de série. 

Em um universo competitivo de crossovers médios o único senão é a baixa disponibilidade de produtos. A Kia deve receber só 200 unidades ao mês do Niro, o que é pouco para um carro competitivo como ele. Mas sem dúvida é um estreante com credenciais de tecnologia suficientes para atender um consumidor que exige eficiência e aprecia modernidade e conectividade em um carro familiar.