Como checar antecedentes criminais de um date? Plataformas fazem varredura

Hoje, há ferramentas que permitem consultar processos públicos, verificar antecedentes criminais e identificar sinais de alerta antes do primeiro date

Por FolhaPress
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Como checar antecedentes criminais de um date? Plataformas fazem varredura

Foto: Imagem ilustrativa/pexels

IGOR RIBEIRO

A explosão de aplicativos de relacionamento ampliou as possibilidades de conhecer alguém, mas também os riscos. Com encontros marcados pela internet, muitas mulheres buscam maneiras mais seguras de avaliar quem está do outro lado da tela.

Hoje, há ferramentas que permitem consultar processos públicos, verificar antecedentes criminais e identificar sinais de alerta antes do primeiro date. Com a popularização dos apps de relacionamento e o aumento dos casos de violência contra mulheres no país, cresceram também os serviços que organizam dados públicos para ajudar na checagem de potenciais parceiros.

Plataformas como Plinq e Jusbrasil reúnem informações judiciais disponíveis em tribunais e diários oficiais, enquanto certidões oficiais seguem como alternativa gratuita. A busca no Google, embora menos estruturada, também pode ajudar quem tem dados completos do possível date.

PLINQ
Criado pela brasileira Sabrine Matos, o Plinq surgiu com foco na segurança feminina. O site organiza informações públicas dispersas em bases de tribunais e diários oficiais, sem violar a Lei Geral de Proteção de Dados.

A usuária informa nome completo, telefone e data de nascimento do homem que deseja consultar. O sistema gera um relatório com dados como idade, data de nascimento, signo, além de CPF e nome da mãe parcialmente mascarados.

O resultado inclui o chamado Plinq Score. Ele classifica o perfil em Green Flag (bandeira verde), Yellow Flag (amarela) ou Red Flag (vermelha), seguido de uma explicação sobre o motivo do alerta.

Há ainda uma área de "Envolvimentos Judiciais", que lista processos públicos em nome da pessoa. Informações sob sigilo de justiça, no entanto, não aparecem.

O serviço oferece dois formatos. Pesquisa única por R$ 27 ou plano anual ilimitado por R$ 97. Lançado em maio, o Plinq já reúne cerca de 32 mil seguidores no Instagram.

JUSBRASIL
O Jusbrasil funciona como um grande agregador de dados jurídicos. A plataforma reúne informações públicas que vêm diretamente dos tribunais brasileiros, como decisões, processos, diários oficiais e registros diversos.

Para mulheres em busca de proteção. Antes de encontrar alguém, a ferramenta permite identificar se a pessoa já respondeu a processo criminal, apareceu em boletim de ocorrência, teve medidas protetivas registradas ou está envolvida em ações cíveis, trabalhistas ou de família. Assim como o Plinq, conteúdos sob sigilo não são exibidos.

O acesso pago permite consultas mais completas. Cinco pesquisas mensais por R$ 39,90 ou 30 pesquisas por R$ 119,90. No plano gratuito, os dados aparecem de forma limitada, basicamente com nome, idade e estado.

CERTIDÃO DE ANTECEDENTES CRIMINAIS
A forma mais oficial de verificação é a certidão de antecedentes criminais. O documento informa se a pessoa possui condenações registradas. Há dois tipos:

A Certidão de Antecedentes Criminais da Polícia Federal, de alcance nacional, reúne condenações em processos federais e em alguns tribunais estaduais integrados;

A Certidão de Distribuição Criminal, emitida pelo Tribunal de Justiça de cada estado, detalha processos criminais estaduais, inclusive ações em andamento.

A consulta é gratuita. Para emitir o documento, é preciso ter em mãos nome completo, número de RG ou CPF, data de nascimento e nome dos pais. Informações sob sigilo judicial não aparecem.

BUSCA NO GOOGLE
A pesquisa manual também pode ajudar. Com nome completo e outros dados relevantes, é possível usar combinações entre aspas para filtrar resultados.

Exemplo: "Fulano de Tal" "000.000.000-00" "cidade onde nasceu". A estratégia facilita encontrar registros, notícias e menções públicas sobre a pessoa.

Violência contra a mulher: dados oficiais

Em 2025, o Ministério das Mulheres divulgou o relatório Raseam 2025, que aponta 1.450 feminicídios registrados no país em 2024. Somando esses casos a homicídios dolosos e lesões corporais seguidas de morte de mulheres, o total chega a 2.485 ocorrências.

Também em 2024, o governo contabilizou 71.892 estupros de mulheres -média de 196 por dia. Entre janeiro e julho de 2025, a central "Ligue 180" registrou 594.118 atendimentos e 86.025 denúncias de violência contra mulheres. A edição mais recente da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, divulgada pela DataSenado em novembro, indica que 3,7 milhões de brasileiras sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar no último ano.

Se você for vítima de violência, procure imediatamente a polícia, o Ligue 180, a Delegacia da Mulher ou redes de apoio na sua cidade. A Lei 13.104/2015, conhecida como Lei do Feminicídio, incluiu no Código Penal o assassinato de mulheres motivado por violência doméstica, menosprezo ou discriminação de gênero.
 

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