Condenado em 2012, José Dirceu diz que Mensalão 'nunca existiu'

Ex-ministro petista foi condenado sob acusação de participação de esquema de compra de votos

[Condenado em 2012, José Dirceu diz que Mensalão 'nunca existiu']

FOTO: Wilson Dias/Agência Brasil

Em entrevista nesta quarta-feira (27), o ex-ministro petista da Casa Civil, José Dirceu, afirmou que o Mensalão, esquema de corrupção investigado durante o governo do ex-presidente Lula, "nunca existiu". 

À BandNews FM de Manaus (AM), Dirceu comentou ainda falas recentes trocadas entre a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), que se desentenderam.

"Certas coisas não se podem apagar. Houve um golpe, ele era vice-presidente, a Dilma jamais violou a Constituição. Eu, por exemplo, fui condenado no chamado mensalão, que nunca existiu", disse.

O ex-ministro foi condenado em 2012, sob acusação de participação em um suposto esquema de compra de votos. Ele foi preso em novembro de 2013, após ter pena prevista de 7 anos e 11 meses de reclusão, mais multa. Já em 2016, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, decidiu extinguir a pena apontando que "o sentenciado é portador de bom comportamento e não praticou infração disciplinar de natureza grave".

"Um juiz me condenava sem provas porque a literatura permitia. O outro disse que o ônus da prova cabia aos acusados, no nosso caso. E o outro me condenou pelo domínio de fato, mas aí o autor veio ao Brasil e disse que não cabia. Então são condenações políticas. No caso da cassação da Dilma, foi (uma cassação) política com anuência do Poder Judiciário. Eu sempre falo que foi um golpe parlamentar-judicial", acrescentou Dirceu.

A troca de farpas entre Dilma e Temer aconteceram na última semana. Em uma carta aberta, a ex-presidente respondeu comentários feitos por Temer em uma entrevista ao UOL, que afirmava que a ex-chefa do Executivo era "honestíssima" e que o impeachment de 2016 teria acontecido em razão de "dificuldades em se relacionar" da mandatária.

Segundo Dilma, ela define Temer como "alguém que articulou uma das maiores traições políticas dos tempos recentes", citando ainda projetos dele que "não estavam presentes nos planos dos governos eleitos em 2010 e 2014", que praticou enquanto vice-presidente.


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