Dando prosseguimento a série de reportagens sobre o Outubro Rosa, o Farol da Bahia ouviu a oncologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Clarissa Mathias, sobre diagnóstico e tratamento do câncer de mama. 

O Câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma. É uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a característica próprias de cada tumor. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.

A oncologista Clarissa Mathias explica que o diagnóstico é realizado preferencialmente através de exame de rastreamento: ultrassonografia e pelo exame realizado pelo mastologista. “Uma vez identificada alguma alteração ela deve ser biopsiada e com a biópsia fazemos o diagnóstico do tipo de câncer. Os principais tipos são o Carcinoma ductal in situ, Carcinoma ductal invasor, Nodular in situ, Nodular invasor. Nós precisamos também fazer a caracterização molecular desses tumores. Precisamos saber se são alimentados por estrógenos, progesterona e se expressam uma proteína chamada HER2”, explicou.

Após isso, a paciente realiza exames para ver se a doença se espalhou para outro órgão. “Temos que olhar o tórax, abdómen, os ossos, fazemos alguns exames de sangue. Uma vez sendo delineado o tipo de tumor e a extensão, daí se começa o planejamento do tratamento que pode envolver a cirurgia, que pode ser seguida ou não de quimioterapia, de hormonioterapia ou radioterapia”, disse.

A médica informa que em alguns casos é necessário se fazer um tratamento antes da cirurgia, que é chamada de Terapia Neoadjuvante, a administração de agentes terapêuticos antes do tratamento principal.

Segundo Clarissa Mathias, a chance de cura do câncer de mama está diretamente relacionada à precocidade da doença. 

Entenda a diferença entre câncer in situ e invasivo

De acordo com o INCA, o carcinoma in situ ou câncer não invasivo, é o primeiro estágio em que o câncer não originário das células do sangue pode ser classificado. Nesse estágio, as células cancerosas estão somente na camada da qual elas se desenvolveram e ainda não se espalharam para outras camadas do órgão de origem. A maioria dos cânceres in situ é curável, se for tratada antes que progrida para a fase de câncer invasivo. Nesta fase, o câncer invade outras camadas celulares do órgão e ganha a capacidade de se disseminar para outras partes do corpo, processo chamado de metástase.