Conta de luz continuará alta em 2022, diz especialistas

Efeito da seca deve persistir nos próximos anos

Por Da Redação
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Conta de luz continuará alta em 2022, diz especialistas

Foto: Agência Brasil

Devido à crise hídrica, o aumento da conta de luz pesou no bolso dos consumidores neste ano. Embora os consumidores tenham esperança de que os preços diminuam no próximo ano, as estimativas mostram o contrário. De acordo com especialistas, os brasileiros sentirão os efeitos da seca de agora em 2022 e, provavelmente, nos anos seguintes também.

O país passa pela maior seca em 90 anos, o que tem prejudicado a geração de energia por usinas hidrelétricas. Essas usinas respondem por 63,2% da capacidade instalada do Sistema Interligado Nacional, que atende a maior parte do país. Cálculos mais recentes da TR Soluções apontam que a conta das bandeiras tarifárias (uma taxa usada para compensar o aumento dos custos de geração) fechará o ano com saldo negativo de R$ 13,89 bilhões.

As bandeiras tarifárias foram criadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para repassar aumentos no custo de geração de forma mais rápida aos consumidores. Sem as bandeiras, o aumento acontecia só no reajuste anual da tarifa, o que acabava sobrecarregando as distribuidoras. Em 2020, por causa da pandemia, a bandeira não foi aplicada mesmo com a geração de energia prejudicada pela seca. Hoje, o consumidor paga um extra de R$ 14,20 por 100 kWh consumidos.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou neste mês uma Medida Provisória permitindo a realização de um empréstimo para que as distribuidoras possam arcar com os custos extras provocados pela crise hídrica. Diogo Lisbona, pesquisador do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura, da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que esse empréstimo deve diluir o repasse aos consumidores, mas isso não significa que a conta não vá chegar em algum momento.

Segundo cálculos da TR Soluções, se o empréstimo for de R$ 15 bilhões, o reajuste médio das tarifas de energia no ano que vem deve cair dez pontos percentuais. Mesmo assim, a conta vai subir, em média, 13%, de acordo com as estimativas da empresa.


 

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