Contas públicas têm superávit de R$ 36,5 bilhões em outubro
Com o resultado, o governo acumula um déficit de R$ 63,7 bilhões no ano

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo
IDIANA TOMAZELLI
As contas do governo central tiveram um superávit de R$ 36,5 bilhões em outubro de 2025, informou nesta quarta-feira (26) o Tesouro Nacional. Embora positivo, o desempenho ficou abaixo do observado em igual mês do ano passado (R$ 43 bilhões) e é o menor desde 2023, quando houve um superávit de R$ 20 bilhões, em valores já atualizados pela inflação.
Com o resultado, o governo acumula um déficit de R$ 63,7 bilhões no ano. Nesta comparação, o resultado é o melhor desde 2022, quando houve saldo positivo de R$ 70,8 bilhões, também já descontado o efeito da inflação.
As contas do governo central incluem Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social.
Segundo os dados do Tesouro, a despesa total do governo central teve uma alta real de 9,2% em outubro ante o mesmo mês do ano passado, explicada por aumentos nos gastos com benefícios previdenciários, pessoal, sentenças judiciais e ações discricionárias, como custeio e investimentos públicos.
Do lado das receitas, a arrecadação líquida teve um crescimento real de 4,5% em outubro, com melhora no Imposto de Renda, efeitos positivos do decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e aumento nos dividendos e participações.
O governo persegue uma meta fiscal de déficit zero, mas a margem de tolerância permite que o resultado efetivo seja negativo em até R$ 31 bilhões.
Na última sexta-feira (21), o Executivo atualizou suas estimativas e anunciou um contingenciamento de R$ 3,3 bilhões para cumprir o alvo e compensar o estouro da meta das estatais federais, devido à crise nos Correios. Há ainda outros R$ 4,4 bilhões bloqueados, o que eleva a contenção total de despesas a R$ 7,7 bilhões.
O déficit efetivo, porém, é maior e deve alcançar R$ 75,7 bilhões, segundo as projeções oficiais. O valor inclui despesas que estão fora das regras fiscais, como parte das sentenças judiciais, devoluções de descontos indevidos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e projetos do Ministério da Defesa.


