Coronavírus: Amazonas pode ser o primeiro estado a saturar rede hospitalar

Ministério da Saúde trata o estado como um dos casos mais preocupantes do país

[Coronavírus: Amazonas pode ser o primeiro estado a saturar rede hospitalar]

FOTO: Reprodução / Diário da Amazônia

O Amazonas tenta evitar um colapso precoce diante da pandemia do coronavírus. O governo estadual já anunciou que 95% dos leitos disponíveis nos quatro principais hospitais públicos de Manaus já estão ocupados, isso se deu bem antes do pico previsto de disseminação do vírus, mesmo assim, a população continua “furando” a determinação de isolamento social. 

O secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, afirmou nesta terça-feira (7) ao GLOBO que “teme pelo pior” e, segundo fontes do governo, pode deixar o cargo ainda nesta quarta-feira (8). O Ministério da Saúde trata o estado como um dos casos mais preocupantes do país.

Apesar de o governo e a Prefeitura de Manaus terem publicado decretos proibindo a comercialização de produtos e serviços não essenciais para conter o contágio do vírus, dezenas de comerciantes do Centro da cidade vendiam alimentos que eram comprados por quem passava pelo local.

A demora em receber ajuda financeira dos governos para poder ficar em casa era a principal justificativa de quem ocupava as ruas.

Sem UTI no interior
Diariamente, fiscais da Secretaria de Feiras, Mercados, Produção e Abastecimento (Sempab) tem retirados os comerciantes do Centro da cidade e das zonas periféricas da capital, mas eles retornam no dia seguinte.

A equipe de investigação epidemiológica do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) da prefeitura informou que fez o monitoramento de 1.420 notificações de casos da Covid-19. Já são 636 confirmados e 23 mortes, segundo o Ministério da Saúde.

O secretário de Saúde diz que a situação é resultado de uma série de fatores como a baixa quantidade de leitos de UTI e o fato de a epidemia ter chegado ao estado durante o período de chuvas na Amazônia, em que, tradicionalmente, há um aumento no número de casos de outras síndromes gripais.

“Temos uma relação de leitos de UTI por 10 mil habitantes muito pequena se comparada a outros estados. É um problema histórico. Nós não temos leitos de UTI no interior. Quando temos um caso que precise de UTI, a gente traz o paciente de avião para cá. Até agora, a doença atingiu, principalmente, pessoas das classes A e B. Como a gente ainda está na curva ascendente, se o coronavírus pegar as classes menos favorecidas economicamente, onde há residências em que moram muitas pessoas, isso pode ser um grande problema”, declarou o secretário Rodrigo Tobias.

“Eu temo não apenas pelos indígenas. Nós temos fronteira com a Colômbia, com o Peru. Temos divisa com Roraima, que tem fronteira seca com a Venezuela. Eu temo pelo pior”, acrescentou.

Troca no governo
A cúpula do governo do Amazonas confirmou que Tobias deve pedir exoneração do cargo nesta quarta-feira. Procurado novamente pelo GLOBO para comentar a informação, Tobias não respondeu. O governador Wilson Lima (PSC) convidou uma especialista de São Paulo para comandar a pasta.
 


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