Covid-19: Latam demite 2,7 mil tripulantes
Trabalhadores não aceitaram proposta de redução permanente dos salários

Foto: Agência Brasil
A Latam informou nesta quarta-feira (5), que vai demitir cerca de 2,7 mil tripulantes após os funcionários não aceitarem, durante as assembleias conduzidas pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a proposta de redução permanente dos salários. A medida é um reflexo do impacto econômico causado pela pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
“As circunstâncias excepcionais causadas pela pandemia resultaram em um colapso na demanda global que não apenas levou a aviação a praticamente uma paralisação, mas também mudou o setor para o futuro próximo”, justificou a empresa em nota.
A empresa alegou que já vinha tentando o fazer as reduções de salário para manter a sustentabilidade financeira. “Das três empresas que atuam no Brasil é a que remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equiparar-se às práticas do setor”, acrescenta a nota da empresa.
De acordo com o presidente do SNA, Ondino Dutra Cavalheiro, a categoria poderia aceitar uma redução temporária, como os acordos que foram feitos com outras empresas do setor aéreo. “Embora a categoria não esteja disposta a fazer uma negociação de redução permanente de salário, a categoria e o sindicato têm disposição, sim, de continuar negociando uma redução de salário e jornada temporária para preservação dos empregos”, disse Cavalheiro durante uma transmissão online .
A empresa informou, ainda segundo Cavalheiro, que serão demitidos 315 comandantes, 349 copilotos e 2.058 comissários de voo. “É, talvez, o pior momento na história da aviação para um tripulante ficar desempregado”, afirmou o diretor de relações internacionais do sindicato, Marcelo Ceriotti.
Recuperação judicial
Desde maio deste ano, a Latam passa por um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. No início de julho, a filial brasileira também ingressou com o pedido de reorganização financeira com base na lei de falências norte-americana, assim como as afiliadas no Chile, Peru e Equador. Até o momento, a empresa já conseguiu um financiamento de US$ 900 milhões para ajuda a reorganização financeira da companhia.


