Covid-19: Retorno de empresas brasileiras retrocede 11 anos , diz estudo

Levantamento foi realizado pelo Centro de Estudos do Mercado de Capitais

Por Da Redação
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Covid-19: Retorno de empresas brasileiras retrocede 11 anos , diz estudo

Foto: Agência Brasil

De acordo com a nota do Centro de Estudos do Mercado de Capitais (Cemec/Fipe), referente ao mês de setembro, a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, acelerou a queda da rentabilidade das empresas brasileiras para o menor nível desde 2009. Segundo o levantamento, que avaliou a situação financeira de 460 empresas no País, os investimentos das companhias caíram de 4,33% do Produto Interno Bruto (PIB), no ano passado, para 2,79%, no segundo trimestre de 2020.

A queda interrompeu um ciclo de alta iniciado a partir de 2016, quando havia despencado para 2,47%. Com isso, a taxa de retorno chega a ser mais baixa do que o custo de capital, que representa o preço do dinheiro para a empresa. Na prática, isso significa que os investimentos podem demorar um pouco mais para voltar, o que tornaria a retomada da economia mais lenta. Segundo os dados do Cemec, o país vive uma situação inversa: no segundo trimestre, a remuneração do capital estava em 7,4% ao ano enquanto o custo do capital era de 11,4%. Em 2009, esses números eram de 11,5% e 11,4%, respectivamente.

O mesmo acontece com a taxa de retorno do acionista, que no segundo trimestre estava mais baixa que os juros médios pagos numa aplicação em títulos públicos atrelados à Selic, taxa básica da economia. De acordo com o coordenador do Cemec/Fipe e responsável pelo levantamento, Carlos Antonio Rocca, duas variáveis têm correlação positiva com a decisão das empresas de investir. Uma delas é a expectativa de crescimento da demanda. A outra está relacionada à rentabilidade e o custo do dinheiro.

Rocca sugere ainda que, além da taxa de retorno e custo do capital, outros fatores importantes pesam na decisão de investimentos das empresas. Um deles é a elevada capacidade ociosa das companhias, que já estava baixa antes mesmo da pandemia “O problema é que a expectativa é que o PIB só retorne aos níveis de 2019 em 2022 ou 2023”, diz o coordenador do Cemec. Segundo ele, todos os fatores para a tomada de decisão de investimentos não estão bons. Exemplo disso, é que os níveis de confiança caíram e de incerteza subiram. Apesar de uma melhora em relação aos primeiros meses da pandemia, os indicadores estão distantes dos patamares de 2018 e 2019

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