CPI da Covid convoca empresário que alega ter recebido pedido de propina da Saúde por vacina
Negociação teria sido feita em fevereiro deste ano

Foto: Reprodução/Tribuna NF
A CPI da Covid no Senado aprovou a convocação do empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que alega ser o representar a Davati Medical Supply, do ex-diretor do Departamento de Logística em Saúde da Secretaria Executiva da pasta, Roberto Ferreira Dias, e de Cristiano Alberto Carvalho, que se apresenta como procurador da empresa. Roberto também teve seu sigilo bancário, telefônico, fiscal e telemático quebrado.
Eles estão relacionados com as suspeitas envolvendo o pedido de propina no Ministério da Saúde na negociação de vacinas com a empresa sediada nos Estados Unidos. Segundo o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), Luiz Paulo será ouvido nesta sexta-feira (2), e Roberto Ferreira Dias na quarta da semana que vem (7).
Em entrevista a Folha de São Paulo, Luiz Paulo afirmou ter recebido o pedido de "acrescentar" US$ 1 por dose por fora para o ministério como condição para o negócio. A proposta teria partido de Roberto, que teve sua exoneração do cargo de diretor publicada na edição desta quarta-feira (30) do Diário Oficial da União (DOU).
Como seriam 200 milhões de doses, a propina chegaria a 200 milhões de dólares, ou seja, cerca de R$ 1 bilhão. A Davati, que possui vacinas da AstraZeneca/Oxford, confirmou ter oferecido doses do imunizante contra a Covid-19 ao Ministério da Saúde. Disse também que a negociação foi feita por um intermediário no Brasil, mas negaram que Luiz Paulo seja o suposto representante.
O pedido de propina teria ocorrido em um restaurante em Brasília (DF) em 25 de fevereiro deste ano. Assim, também foram aprovados os requerimentos para que o restaurante e o shopping onde ele fica repassem as imagens das câmeras de segurança. Para completar, os senadores também aprovaram os requerimentos de informação à Davati e ao Ministério da Saúde.


