Cresce para 284 o número de cavalos mortos em caso de ração contaminada no Brasil

O número de cavalos mortos após comerem ração contaminada por uma substância tóxica subiu para 284, de acordo com informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), divulgadas nesta quarta-feira (23). Os casos aconteceram nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas.

Ainda nesta quarta-feira, foi revogada a decisão judicial que autorizava a fabricante Nutratta Nutrição Animal Ltda. a produzir e comercializar rações, mesmo que não destinadas a cavalos.

Assim, volta a vigorar a suspensão cautelar imposta pelo Mapa até que a empresa comprove que corrigiu todas as irregularidades apontadas pela fiscalização, o que, segundo a pasta, ainda não aconteceu.

Em todas as propriedades investigadas, todos os animais que adoeceram ou morreram haviam consumido produtos da empresa. Por outro lado, equinos que não ingeriram as rações permaneceram saudáveis, mesmo compartilhando os mesmos ambientes.

"Esse é um caso único. Nunca, em toda a história do ministério, havíamos identificado a presença dessa substância em ração para equinos. É a primeira vez que isso acontece", pontuou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.

Os casos são investigados desde maio deste ano, quando foi feita a primeira denúncia. Resultados de amostras coletadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) constataram a existência de alcaloides pirrolizidínicos — substâncias altamente tóxicas a animais — nas rações.

"Essa substância, mesmo em doses muito pequenas, pode causar problemas neurológicos e hepáticos graves. A legislação é clara: ela não pode estar presente em nenhuma hipótese", afirmou Goulart.

Segundo a investigação, a contaminação ocorreu devido a uma falha no controle da matéria-prima, que apresentava resíduos de plantas do gênero Crotalaria.

O Mapa informou que os próximos passos da investigação serão definidos após os resultados da análise de outros lotes da ração e de lotes de matérias-primas.