Decisão de Motta em abrir votação sobre mandato de Zambelli na Câmara pode gerar enfrentamento ao STF, aponta coluna
Petistas e Centrão avaliam que decisão de presidente da Câmara é uma resposta a pressões de ministro do STF Flávio Dino

Foto: Reprodução/Gustavo Moreno/STF | Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
A decisão de Hugo Motta (Republicanos-PB) de encaminhar a ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) de perda do mandato de Carla Zambelli (PL-SP) para ser votada no plenário da Câmara pode apresentar um enfrentamento da Câmara ao STF, dizem lideranças petistas e do Centrão. As informações são de uma coluna do jornalista Igor Gadelha, do portal Metrópoles.
Caciques do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Centrão afirmam que o plenário da Casa pode utilizar o caso de Zambelli para mandar um "recado" ao Supremo.
O resultado da votação que anteriormente poderia caber a retirada do mandato de Zambelli, atualmente é uma incerteza, ao considerar que a Câmara está insatisfeita com o STF, principalmente após as pressões do ministro Flávio Dino que pede explicações sobre as emendas.
Dino cobrou novas informações sobre recursos das verbas discricionárias do Ministério da Saúde, na terça-feira (10), horas antes de Motta anunciar que levará a decisão do STF sobre Zambelli ao plenário. Além do clima de enfrentamento, Motta também vinha sendo cobrado pelos partidos bolsonaristas, que exigem apoio do presidente da Câmara a suas pautas.
Para petistas e centristas, a expectativa é de que o plenário da Câmara vote para manter o mandato de Zambelli, em resposta às investidas do Supremo sobre as emendas.
Caso a votação no plenário decida que Zambelli deve manter o mandato, a relação com o STF deve chegar a uma potencial crise, ao considerar que o Supremo deve ignorar a decisão da Câmara e manter a ordem de perda de mandato da parlamentar.