Defesa de Chico Rodrigues se diz "perplexa com a linchamento que o senador tem sofrido"

O caso do senador Chico Rodrigues - que guardou dinheiro na cueca durante uma busca e apreensão da Polícia Federal na casa dele, em Roraima - continua a repercutir nesta semana. A defesa dele registrou, nesta segunda-feira (19), por meio de nota que está "perplexa" com a linchamento que o senador tem sofrido, uma vez que o dinheiro teria origem lícita e seria destinado ao pagamento dos funcionários de empresa da família do senador. Sobre a tentativa de esconder o dinheiro nas roupas íntimas, os advogados colocaram que "foi uma reação impensada, de fato, mas tomada diante de um ato de terrorismo policial, sem que haja qualquer evidência de desvio em sua conduta".

Enquanto isso, os senadores se dividem entre defender o afastamento imediato do senador do mandato ou ainda a abertura de um processo no Conselho de Ética. A senadora Leila Barros (PSB-DF), por exemplo, quer uma resposta rápida da Casa. Nas redes sociais, ela escreveu que a demora do Conselho de Ética em analisar o caso do senador Chico Rodrigues é muito ruim para imagem do Senado e da política brasileira. "Não concordo com o excesso de decisões monocráticas do Poder Judiciário, mas os desdobramentos da Operação Desvid-19 exigem resposta rápida", escreveu. "Os brasileiros estão cansados de assistir casos bizarros da política brasileira passarem impunes. Defendo a manutenção do afastamento do senador e uma rápida análise do Senado a respeito do caso", concluiu Leila.

O próprio presidente do Conselho de Ética, o senador Jayme Campos (DEM-MT) - depois de se encontrar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre - disse à Globo que o ideal seria que Chico Rodrigues se licenciasse até esclarecer os fatos.