Degradação da Amazônia cresce mais de 160%, enquanto desmatamento cai
Os alertas de degradação subiram 44% de 2023 para 2024, ou seja, pouco mais de 25 mil quilômetros de floresta foram degradados

Foto: Reprodução/Flickr
Um artigo publicado na revista Global Change Biology por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e instituições do Reino Unido e dos Estados Unidos, alertou que a degradação na Amazônia aumentou 44% de 2023 para 2024, um crescimento de 163% em relação a 2022.
No ano passado, pouco mais de 25 mil quilômetros quadrados de floresta foram degradados, sendo cerca de 66% devido a incêndios florestais.
Em relação ao desmatamento, houve uma queda de 27,5% em relação a 2023 e de 54,2% em comparação a 2022, representando o menor índice em dez anos. Foram 5 mil quilômetros quadrados desmatados no período referente a 2024, de acordo com dados do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), do Inpe.
Segundo o estudo, enquanto o desmatamento remove totalmente a cobertura de vegetação nativa, a degradação enfraquece a floresta sem destruí-la por completo.
Guilherme Mataveli, pós-doutorando na Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Inpe, disse à CNN que a degradação é mais difícil de ser identificada do que o desmatamento, pois ocorre enquanto a floresta ainda está de pé.
"Ela é decorrente principalmente do fogo, que, nos últimos dois anos, foi agravado pelo cenário de seca na Amazônia. Há ainda o corte seletivo de árvores e o efeito de borda. Tudo isso diminui os serviços ecossistêmicos prestados por essas florestas. O entendimento desses dados contribui para a formulação de políticas públicas", afirmou Mataveli.