Demissões em massa da Ford poderão atingir Camaçari

O plano de demissão global anunciado pela Ford ontem, 20, atingirá não só a unidade de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, mas também a fábrica de Camaçari

O plano de reestruturação global anunciado pela Ford ontem, 20, atingirá não só a unidade de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista mas a estrutura da empresa em vários países, incluindo a América do Norte. Em um comunicado enviado à imprensa a montadora afirmou que 7.000 empregados do setor administrativo especialemente nos Estados Unidos serão atingidos pela nova medida, assim a empresa irá economizar cerca de US$ 600 milhões por ano e espera cortar até US$ 25,5 bilhões de custos até 2022. 

O anúncio faz parte de um plano de reestruturação global que inclui o Brasil e a unidade baiana de Camaçari, com o fechamento já anunciado da fábrica de São Bernardo do Campo que fabricava principalmente caminhões e veículos comerciais. No mercado doméstico, a empresa adotará a mesma estratégia global: enxugar a linha de veículos de passeio e focar apenas em pickups e utilitários esportivos. Por aqui o modelo médio Focus já deixou de ser oferecido e as últimas unidades do compacto Fiesta ainda estão à venda com descontos enquanto o subcompacto Ka seguirá em produção (em maio foi o terceiro carro mais vendido do país, com 3,9 mil unidades emplacadas). Em Camaçari, há receio de uma nova onda de demissões, mesmo após o acordo com Sindicato dos Metalúrgicos firmado em 14 de março que prevê estabilidade nos postos de trabalho até abril de 2020. 

Na Bahia, a Ford fabrica o EcoSport e o Ka, e conta com uma força de trabalho de 7,4 mil funcionários. Em abril, a montadora abriu um Plano de Demissão Voluntária (PDV) após uma longa negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos, mas não foi confirmado o montante efetivo de cortes em postos de trabalho. Júlio Bonfim, presidente da entidade, afirmou em entrevista a uma rádio local que "situação está complicada na Ford desde 2014 e os planos de instalação de um polo de autopeças no local está travado por conta da instabilidade econômica no país". 

Procurada, a Ford reforçou a divulgação de reestruturação organizacional com o objetivo de transformar a montadora em uma empresa "mais compacta e eficiente". No comunicado enviado ao Farol da Bahia, a empresa confirmou as 7 mil demissões em escala global sendo 20% focada na redução da estrutura gerencial especialmente na América Latina. "A Ford entende que este é um momento desafiador para o time, mas trata-se de iniciativas necessárias para nos posicionarmos como uma companhia de sucesso hoje e para nos prepararmos para um futuro próspero", disse a empresa.  

Momento atual

A Ford sempre foi uma das quatro grandes montadoras instaladas no país, mas vem perdendo fôlego rapidamente com redução de 5% nas vendas só em 2018. Apesar de ter um dos seus carros entre os três mais vendidos do país segundo a Fenabrave, o Ka, a Ford hoje ocupa a sexta posição nas vendas. Recentemente a marca lançou o Ford Edge ST, um utilitário esportivo considerado de nicho, por R$ 299 mil. Ainda este ano a marca deve anunciar um novo SUV para o mercado brasileiro, que pode ser o Territory ou a nova versão do Escape.


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