Denúncias de antissemitismo aumentam 961,36% no Brasil desde o início do conflito entre Hamas e Israel
De janeiro a outubro de 2023, houve aumento de 133,6%

Foto: Reprodução/Pixabay
Dados da Confederação Israelita do Brasil (Conib) e da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), divulgados nesta quinta-feira (9), revelam que, apesar de estar geograficamente distante dos conflitos no Oriente Médio, o Brasil registrou um aumento de 961,36% nas denúncias de antissemitismo somente no mês de outubro, em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
O levantamento, realizado em alusão ao Dia Internacional do Combate ao Fascismo e Antissemitismo recordado hoje, revela que houve 467 denúncias registradas pelo Departamento de Segurança Comunitária Conib/Fisesp no mês passado, em comparação com 44 denúncias em outubro de 2022. Pessoas de todas as idades, incluindo crianças, jovens, homens e mulheres, relataram ter sofrido algum tipo de violência devido à sua origem judaica. Se considerarmos o acumulado do ano, de janeiro a outubro, o aumento chega a 133,6%.
“Não podemos imaginar um cenário em que as minorias sejam discriminadas, em que o discurso de ódio se faça presente e que as manifestações violentas se expressem mais que o sentido da convergência e do entendimento”, afirmou o presidente da Conib, Claudio Lottenberg.
“Por trás desses números, crianças que sofrem bullying na escola, estudantes ofendidos em universidades, professoras que receberam mensagens saudando o grupo terrorista Hamas, mães e pais de família constrangidos com palavras discriminatórias por vizinhos, e muitos, muitos, comentários antissemitas, de apologia ao nazismo e ameaças de morte pelas redes sociais”, completou.
Aumento de denúncias
Em outubro de 2023, houve um aumento de 961,36% nas denúncias em comparação a outubro de 2022 (467 em 2023, 44 em 2022). De janeiro a outubro de 2023, as denúncias aumentaram em 133,6% em relação ao mesmo período de 2022 (876 em 2023 e 375 em 2022).