A emenda Letwin ao acordo de Brexit de Boris Johnson, que obriga o primeiro-ministro a pedir uma extensão do prazo de saída do Reino Unido à União Europeia, foi aprovada por deputados britânicos. 

Essa emenda suspende a aprovação do acordo até ser aprovada a legislação necessária para o aplicar. Todavia, Johnson diz que não o vai fazer e que apresentará esta semana a legislação para sair a 31 de outubro.

A votação surge depois de cinco horas de debate, o primeiro em 37 anos a um sábado no Parlamento britânico. A emenda foi aprovada com 322 votos a favor e 306 contra. Uma maioria de 16 votos.

"A oportunidade de ter um voto significativo foi passada, porque o voto significativo foi esvaziado de sentido", reagiu o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. "Continuo a acreditar que o melhor para o Reino Unido é para nós sairmos com este acordo a 31 de outubro", acrescentou, dizendo que não irá negociar uma extensão do prazo com a União Europeia.

Além disso, Boris revelou que espera que os deputados apoiem o acordo. "Não há atrasos e vou continuar a fazer tudo para garantir o Brexit a 31 de outubro".

O líder da oposição, Jeremy Corbyn, acusou na sua intervenção o primeiro-ministro de negociar um acordo pior do que aquele que havia. "Não se pode confiar neste governo e estes deputados não serão enganados"; afirmou. Ainda de acordo com Corbyn, o primeiro-ministro não está a ser honesto em relação aos efeitos deste acordo no setor do emprego e da produção, alegando que votar neste acordo seria votar para cortar empregos. "Se votarmos num acordo que torna os nossos eleitores mais pobres, não seremos perdoados por isso", disse o líder do Labour.

Em resposta, Boris Johnson disse estar "desiludido" com o tom de Corbyn, explicando que pensava que ele iria ser capaz de se mostrar ao nível do debate e votar de acordo com o que os britânicos disseram no referendo de 2016. E acusa o líder da oposição de não fazer o melhor para o país.

Manifestação 

Ao mesmo tempo que os deputados debatem no Parlamento britânico, milhares de pessoas enchem as ruas de Londres para exigir um novo referendo.