Desafio Farol a Farol possibilita inclusão de pessoas com deficiência no esporte

Ação será realizada neste domingo (25)

[Desafio Farol a Farol possibilita inclusão de pessoas com deficiência no esporte ]

FOTO: Divulgação

A capital baiana receberá  a 1ª edição da Corrida Farol a Farol Meu Sorriso: do Farol de Itapuã ao Farol da Barra neste domingo (25). O desafio, que terá percurso de 23,5km, visa estimular o convívio social, pela atividade física, de Pessoas Com Deficiências (PCDs) e chamar a atenção sobre a importância de tornar a cidade inclusiva. A Associação Meu Sorriso, idealizadora da ação, afirma que a corrida também tem o objetivo de tornar a prática esportiva uma realidade na vida de quem enfrenta limitações de mobilidade.

Frederico Matos, de 52 anos, conta que o desejo de permitir que outros pais desfrutem de momentos de lazer ao lado dos filhos com deficiência foi a motivação para fundar a Organização Meu Sorriso, uma associação sem fins lucrativos, em 2019. A filha dele, Amanda, que atualmente tem 13 anos, nasceu com uma deleção parcial no braço longo do cromossomo 18, uma síndrome sem nome, que traz como consequência o forte atraso cognitivo e hipotonia, ou seja, perda de tônus muscular. A prática esportiva tem proporcionado a Amanda momentos de alegria ao lado da família e, além disso, a oportunidade de novas vivências.   

Especialistas apontam que praticar atividade física com regularidade melhora a qualidade de vida e traz inúmeros benefícios para a saúde física e mental. Os ganhos são ainda maiores para as pessoas com deficiência, pois aprimora a força, o equilíbrio, a agilidade, estimula o convívio externo e previne as enfermidades secundárias à deficiência. Além disso, a prática proporciona a socialização e aumenta a independência no dia a dia. Já no aspecto psicológico, o esporte melhora a autoconfiança e a autoestima, tornando os praticantes mais otimistas e seguros para alcançarem seus objetivos.

O sonho ainda está só começando, mas o propósito está bem definido. “A nossa missão é atuar como um projeto social amplo na disponibilização de recursos e desenvolvimento de projetos que estimulem a integração de pessoas com deficiências (PCDs) e suas famílias. Nosso intuito é buscar a viabilização técnica e econômica dos recursos necessários para a participação dessas PCDs e famílias nas atividades sociais da cidade”, afirma o idealizador.

Frederico morou nos Estados Unidos com a filha por dois anos e conta que lá teve a oportunidade de desfrutar de uma realidade muito mais inclusiva. “Esse tempo morando fora nos mostrou o quanto em nossa cidade as pessoas com deficiência e suas famílias encontram dificuldades, ou mesmo inviabilidade, de usufruir de atividades de lazer ou estarem integradas aos mecanismos sociais de qualificação humana, como escolas e oficinas, causando um significativo prejuízo à socialização do PCD e seus familiares”, disse

As dificuldades citadas pelo engenheiro estão relacionadas à carência de dispositivos, infraestrutura e processos adaptados que viabilizem não somente o acesso a esses locais, mas a efetiva participação dos PCDs nas atividades cotidianas. De acordo com a  Organização Mundial de Saúde (OMS), as pessoas com deficiência representam 15% da população mundial. A Associação Meu Sorriso se propõe a atuar no desenvolvimento de meios que mitiguem os efeitos do isolamento social, estimulem o lazer dessas famílias, promovendo, assim, a preservação da saúde mental desses núcleos familiares. 
 
Desafio

O desafio é um misto de ciclismo e corrida que acontecerá neste domingo (25) com saída às 5:30, no Farol de Itapuã. O estímulo ao desafio tira a pessoa da zona de conforto e tem a potencialidade de despertar no PCD e na família a capacidade de estarem juntos. “Por exemplo: tem mãe que vai simplesmente andar por 30 minutos com a filha em uma parte do circuito. Tenho a confiança que essa experiência colocará em sua mente que é possível, fácil e super prazeroso estar com ela no meio dos demais. Tem pais que vão correr 10km. Eu vou correr 23km ao lado de um paraplégico em uma cadeira de atletismo”, afirma Frederico.

O número de participantes será limitado a 70 inscritos, devido à pandemia. Para dispersar o grupo e mitigar os riscos, as largadas acontecerão em escalas, sempre um PCD com um grupo de corredores ou ciclistas, após 2 minutos, largará outro e assim por diante.


 


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