Desembargador acata tese da defesa de Bolsonaro e descarta fala sexista contra jornalista
Em 2021, presidente foi condenado em 1ª Instância em ação movida por Patrícia Campos Mello

Foto: Agência Brasil
O desembargador Salles Rossi, da 8ª Câmara de Direito Privado do (Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), acatou nesta semana uma tese da defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou não considerar uma declaração sexista a fala do chefe do Executivo à jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo.
Em março de 2021, Bolsonaro foi condenado em 1ª Instância em ação movida pela jornalista. A indenização foi fixada em R$ 20.000.
O caso teria acontecido enquanto a jornalista fazia uma série de reportagens sobre um suposto esquema de disparo em massa de mensagens contra o PT nas eleições de 2018. Em entrevista na frente do Palácio do Planalto, o chefe do Executivo afirmou que a jornalista “queria um furo". "Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, repetiu, no que, segundo a ação, teria conotação sexual, já que o jargão “dar um furo” significa publicar uma informação antes dos concorrentes.
No julgamento de 2ª Instância, a relatora do caso, desembargadora Clara Maria Araújo Xavier, votou pela manutenção da condenação e pediu o aumento da indenização para R$ 35.000. Rossi, no entanto, abriu uma divergência apontando que não enxerga o uso do termo “furo” no sentido sexual por parte do presidente.
O julgamento foi suspenso com 2 votos a 1 a favor da jornalista e deve ser retomado na próxima quarta-feira (29).


