Desembargador se declara suspeito e abandona processos ligados a Lava Jato no TRF-2
Paulo Espírito Santo era relator em processos da Operação Furna da Onça

Foto: Reprodução/ConJur
O desembargador Paulo Espírito Santo, relator de diversas ações oriundas da Lava Jato do Rio de Janeiro, no TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), declarou-se suspeito e abandonou todos os processos relacionados à operação. Ele não revelou o motivo da suspeição, mas relatou ter "tomado conhecimento de fatos" que o impedem de julgar com imparcialidade. A suspeição de Paulo Espírito Santo foi revelada pela revista Veja e confirmada pelo UOL.
O desembargador proferiu despachos informando que se declarava suspeito na ação penal e na apelação relativas à Operação Furna da Onça, que prendeu 22 pessoas em dezembro de 2018, entre elas o então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani, o ex-presidente da Alerj Paulo Melo (ambos do MDB) e outros deputados estaduais.
Espírito Santo revela ter sido obrigado a se licenciar por ter contraído Covid-19. Segundo ele, "naquele período de afastamento tomei conhecimento de alguns fato sobre a Operação Lava Jato, que me impedem de, daqui para a frente, continuar prestando uma jurisdição imparcial". Ele não revelou, entretanto, que fatos seriam esses.
Ainda segundo o desembargador, "o contexto que outrora norteava minha atuação na referida operação foi alterado, de maneira que a isenção que regeu minha atuação até aqui não é mais a mesma, obstando, assim, minha atividade judicante nos feitos relativos àquela operação".