Desvalorização do real em 2021 supera moeda de Mianmar, aponta analise
País asiático vive golpe de Estado desde o mês passado

Foto: Reprodução/Remessa Online
A disparada do dólar no Brasil fez o real ter um dos piores desempenhos no mundo este ano, superando até a divisa de Mianmar, país que passou por um golpe de Estado em fevereiro deste ano, apresentando números de quase 150 ativos monitorados pela gestora Armor Capital. Só as moedas de Cuba e da Líbia tiveram desempenho pior que a brasileira, porém, o resultado foi um reflexo de decisões de desvalorização deliberadas de seus próprios governos.
Por isso, o dinar líbio caiu 70% ante o dólar em 2021 e o peso cubano apresentou um recuo de 95%, após o primeiro movimento do tipo na moeda do país do Caribe desde a revolução nos anos de 1950. Para tentar segurar como cotações do câmbio, o Banco Central tem feito uma série de intervenções no mercado desde o episódio da Petrobrás. Só na semana passada, foram injetados US $ 4 bilhões, entre venda de moeda e leilões.
No ano, já foram US$ 10,2 bilhões, metade de dólar à vista e a outra metade de swap cambial - que é uma espécie de venda da moeda americana no mercado futuro. Mesmo assim, o dólar acumula alta de cerca de 10% ante o real no ano até a última sexta-feira (5).
Para o economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, além do cenário externo não estar mais tão favorável para países emergentes nos últimos dias, em especial os mais frágeis, os problemas locais continuam pesando sobre os ativos domésticos.
"Estamos vendo o câmbio em outro patamar, o Banco Central está tentando brigar, colocando dinheiro no mercado, e claro, é super difícil. Os fatores que estão por trás o BC não consegue mudar", disse Alessandra Ribeiro, economista-chefe da Tendências Consultoria.