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Fiéis prestam homenagens a Santo Antônio

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Fiéis prestam homenagens a Santo Antônio

O frade português ganhou o título de santo casamenteiro porque, segundo tradição católica, ajudava mulheres humildes que não tinham condições de oferecer dote e enxoval

Fiéis prestam homenagens a Santo Antônio
Foto: Gilberto Júnior

A tranquila rotina do bairro Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico de Salvador, foi modificada nesta quinta-feira (13). Uma multidão de devotos de Santo Antônio, associado a Ogum nas religiões de matriz africana, tomou conta da paróquia no largo do Santo Antônio e das ruas estreitas da comunidade, em meio a uma sucessão de casarões coloridos e calçamento antigo e irregular, para comemorar o dia do santo, renovar a fé e agradecer as graças alcançadas. “Hoje é dia de receber quem tem amor a Santo Antônio e nós temos prazer de abrir as portas da igreja”, diz o padre Ronaldo Magalhães.

Amigo dos oprimidos, defensor da família, médico espiritual, protetor dos pobres, restituidor das coisas perdidas, consolador dos aflitos. Todas essas são virtudes atribuídas a Santo Antônio, considerado o mais popular e adorado santo católico no Brasil.

Entre tantos dons, corre na boca do povo que a divindade tem um mérito exclusivo: ajudar a encontrar a pessoa amada. O frade português ganhou o título de santo casamenteiro porque, segundo tradição católica, ajudava mulheres humildes que não tinham condições de oferecer dote e enxoval.

Homenagens - A nutricionista Paula Silva, de 32 anos, quer casar. A vontade, diz ela, veio desde criança, quando já sonhava em usar vestido de noiva, decorar apartamento e subir ao altar com um rapaz que também acreditasse no amor. Sempre às voltas de relacionamentos conturbados, Paula afirma que quase desistiu do sonho. “Mas aí, ano passado, eu pedi para Santo Antônio colocar um homem carinhoso na minha vida. Aconteceu. Encontrei meu atual namorado e já estamos juntos há oito meses”. A ida à paróquia, nesta quinta, de acordo com ela, é para agradecer e renovar os pedidos ao santo. “Agora vou pedir para que ele me ajude a acelerar o pedido de noivado”, diz.

No caso de Maria de Fátima Medeiros Leal, 67 anos, a crença em Santo Antônio veio de berço. De família portuguesa, a aposentada diz que a devoção ao santo é tradição desde a sua bisavó, que passou para a avó e mãe até chegar a ela. “Sinto que eu e ele somos tão íntimos que, às vezes, me pego rindo em oração. Tudo o que eu peço dá certo. Basta confiar que ele ajuda. Hoje só vim agradecer”, conta.

Aos pés do santo rodeado de flores brancas e luzes, o publicitário Marcelo Almeida, 45, chorava ao agradecer a Santo Antônio. “Há cinco anos perdi a minha casa num deslizamento de terra. Santo Antônio me deu outro imóvel, me ajudou a reconstruir a minha vida e a da minha família”, lembra.

Com uma sacola cheia de pães carregando nas mãos, o morador de rua, José Ferreira, 29, foi agradecer ao santo pelo que, segundo ele, “faz garantir o pão do dia”. “Tenho fé que Santo Antônio tem apreço por todos nós que não temos condições. Ele é merecedor”, diz.   

Programação - Às 17h30 terá início à procissão que sairá da paróquia, seguirá pelo bairro do Barbalho e retornará para a paróquia, onde será celebrada a Missa campal. Ao longo do dia serão realizadas missas e alvoradas de fogos, de acordo com a Arquidiocese de Salvador.

No Santuário da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, no Largo de Roma. A celebração começou às 9h, em missa presidida por dom Hélio Pereira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador. A missa das 17h terá à frente frei Giovanni Messias, reitor do Santuário do Anjo Bom.

O santo - Nascido em Lisboa em 15 de agosto de 1195, Antônio de Pádua foi batizado com o nome de Fernando. Durante a juventude ingressou na vida religiosa, no primeiro momento, como membro da Ordem de Santo Agostinho e, alguns anos mais tarde, na Ordem Franciscana, onde recebeu o nome de Antônio. Sua popularidade chegou ao Brasil graças aos colonizadores que vieram de Portugal.

Segundo a Arquidiocese, Santo Antônio sempre teve um lugar especial na vida de Irmã Dulce. Nos momentos de angústia, desespero ou até mesmo para solicitar a concretização de algum desejo, era a Santo Antônio, a quem chamava de “tesoureiro” das Obras Sociais, que a Mãe dos Pobres recorria. Ainda na infância, bem antes de entrar para a vida religiosa, ela tinha o hábito de decorar o altar do santo caridoso.

Uma imagem de Santo Antônio do século 19, que pertenceu ao advogado Manoel Lopes Pontes, avô da freira, está entre as centenas de peças do acervo do Memorial Irmã Dulce, localizado no Largo de Roma, ao lado do santuário. Era em frente a essa relíquia da família que a Bem-Aventurada costumava fazer seus pedidos e orações.

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