Dia Mundial do Coração: Bahia tem redução de 26% no número de mortes por infartos 

Até agosto de 2023, foram registradas 2.885 óbitos no estado 

[Dia Mundial do Coração: Bahia tem redução de 26% no número de mortes por infartos ]

FOTO: Tomaz Silva/Agência Brasil

A Bahia registrou uma redução de 26% no número de mortes por infartos registradas neste ano no estado. Até agosto, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) notificou 2.885 óbitos. Em 2022, no mesmo período, 3.921 pessoas morreram vítimas do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Nesta sexta-feira (29), é celebrado o Dia Mundial do Coração, para conscientizar a população sobre os riscos das doenças cardiovasculares e formas de prevenção. 

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil indivíduos por ano sofrem Infarto Agudo do Miocárdio, ocorrendo óbito em 30% desses casos. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os principais fatores de risco para eventos cardiovasculares são: hipertensão, diabetes, dislipidemia (níveis elevados de gordura no sangue), histórico familiar, estresse, tabagismo, obesidade, sedentarismo e doenças da tireoide. Além disso, o uso de drogas ilícitas também pode levar ao infarto agudo do miocárdio. 

O médico Marcos Barojas, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, destaca que o não reconhecimento, não diagnóstico, não tratamento e não controle dessas condições favorece um possível infarto. 

Para prevenir, o cardiologista pontua que as pessoas precisam se atentar na saúde física. "É preciso andar muito e escolher o que comer. Também é fundamental reconhecer fatores de risco, fazer exame de sangue e colesterol pelo menos uma vez no ano, no mínimo, além de medir a pressão, reduzir o açúcar. Se tiver sintomas de dor no peito, falta de ar, cansaço, qualquer relação de esforço relacionado com mal-estar, é necessário procurar um médico. Se tiver histórico familiar, procurar um médico para avaliar esse risco familiar e se estiver fumando, deve-se parar de fumar", explicou o especialista. 

Segundo Barojas, o Dia Mundial do Coração é um excelente momento para alertar as pessoas sobre a saúde do coração. "O adoecimento cardiovascular traz a maior causa de morte entre nós brasileiros acima dos 25 anos de idade. O infarto, derrame, doença dos rins, dos olhos, doenças das pernas, que são as manifestações extra cardíacas também são frutos do mesmo processo de placas de depósito/placas de colesterol e é a causa que mais mata o brasileiro hoje em dia e nos últimos 20 anos, portanto, a importância da data é para alertarmos as pessoas, porque informação salva vidas", conclui. 

Além do infarto, a Bahia também registrou uma redução de 25,8% no número de mortes por doenças cardiovasculares em 2023, quando comparado com 2022. Foram 11.795 óbitos neste ano, enquanto no ano passado, foram notificadas 8.743 vidas perdidas. 

O cardiologista Luiz Ritt, vice-presidente da Sociedade Baiana de Cardiologia e professor da Escola Bahiana de Medicina, também detalha que no que tange às questões cardíacas, as principais doenças que afetam a população e que são os principais fatores de risco para desenvolver, por exemplo, o infarto ou o AVC, que é o derrame, é a hipertensão e o colesterol alto, a dislipidemia.

"Nós temos muitas pessoas que têm hipertensão e não têm esse diagnóstico, porque muitas vezes a hipertensão ela não dá um sinal, ela não dá um um um sintoma, quando ela já vem a dar um sintoma, o indivíduo já tem um quadro muitas vezes avançado e de uma hipertensão muito severa. E da mesma forma o colesterol. O colesterol é indolente, ou seja, a pessoa não sente, por isso é preciso dosar", afirmou. 

De acordo com Ritr, o colesterol tem o LDL, chamado ruim, e o HDL, considerado bom. "O LDL leva a gordura para os vasos sanguíneos, enquanto o HDL consegue retirar e diminuir o acúmulo de gordura nos vasos. Então se esses níveis de colesterol estiverem acima do recomendado, a pessoa precisa também focar no tratamento, porque se não tratada, o sintoma às vezes de um colesterol alto vai ser lá na frente com um AVC ou um infarto", expôs o médico.

Para tratar hipertensão, segundo Ritr, além das mudanças de hábitos de vida, às vezes o paciente precisa de uma medicação: "Existem as diretrizes nacionais e internacionais para o tratamento, onde a gente avalia o quadro clínico do indivíduo, o histórico dele médico e também familiar, e aí a gente vê os outros fatores de risco e analisa então qual é o risco cardiovascular desse indivíduo. Em cima desse risco é estabelecido uma meta de colesterol e essa meta deve ser seguida, perseguida, com mudança de estilo de vida e muitas vezes também com medicação em algumas vezes pode ser necessário".

Luiz Ritt também detalhou que o infarto acontece quando se tem a obstrução - pelo acúmulo de gordura - de uma artéria do coração, que pode ser parcial ou total.

Hábitos saudáveis 

A nutricionista Carolina Dias, do projeto Mereço+, detalha que, para ter uma alimentação saudável e evitar as doenças cardiovasculares, é necessário optar por alimentos sempre ricos em nutrientes.

"Priorize sempre frutas, legumes, verduras e grãos integrais que diminuam a carga glicêmica. Assim, a gente diminui o risco de resistência insulínica. Os legumes e verduras são alimentos que tem fonte de vitaminas, minerais e fibras que auxiliam nos cuidados e aumento do HDL, que é o colesterol bom, que funciona varrendo na nossa corrente sanguínea placas de ateromas e riscos de aumento de gordura no sangue, que trazem uma hipertensão a longo prazo, trazendo toda aquela cascata de problemas cardiovasculares", explicou. 

Além disso, também é importante reduzir o consumo de gorduras saturadas e gorduras trans,que estão presentes em alimentos fritos, em carnes muito gordurosas e queijos amarelos, assim como em produtos industrializados. Carolina Dias também ressalta o uso do ômega 3 na dieta. 

Para quem costuma beber, a nutricionista afirma que o consumo excessivo de álcool pode levar a hipertensão arterial, além de aumento do risco de doenças vasculares, de arritmias e até insuficiências cardíacas. "É importante a gente lembrar que todo excesso ele acaba causando alguma complicação, né? Seja de coisas boas ou coisas ruins. Mas lembrando que o álcool ele sim em excesso vai prejudicar o nosso coração, ele é fator de risco também para obesidade, diabetes e problemas hepáticos", finalizou.


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