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Diabetes: uma doença multifatorial que afeta milhares de pessoas em Salvador

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Diabetes: uma doença multifatorial que afeta milhares de pessoas em Salvador

Dia Nacional da doença é celebrada nesta segunda-feira (26)

Por Stephanie Ferreira
Diabetes: uma doença multifatorial que afeta milhares de pessoas em Salvador
Foto: Marcello Casal jr/Agência Br

O Dia Nacional do Diabetes celebrado nesta segunda-feira (26), promove a conscientização sobre fatores de risco, diagnóstico e prevenção contra a doença com o intuito de controle do número de casos. Em Salvador, mais de 164 mil pessoas vivam com diabetes na capital baiana, representando 8,1% da população com 18 anos ou mais segundo Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, divulgado pela  Secretaria Municipal de Saúde.

Segundo a pasta, devido a pandemia da Covid-19, os dados de casos de diabetes ainda não foram atualizados no munícpio. Além disso, no Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba) - Unidade de Referência Estadual do Sistema Único de Saúde (SUS), são realizados cerca de 111.799 atendimentos anuais, sendo 36% dos atendimentos de moradores da capital baiana e 64,37% de outros municípios.

A paciente Valdite Silva, de 66 anos, convive com o diabetes há 15 anos, e recebeu o diagnóstico durante um atendimento de rotina, quando sua glicemia estava alta. "Desde então, minha rotina de vida não mudou muito. Faço as coisas normais e não me sinto limitada". Esta não foi o primeiro contato de Valdite com a doença, seu pai também era diabético. 

A médica endocrinologista Sandra Lopes, explica que existe uma pré-disposição a desenvolver a doença quando há histórico familiar, mas garante que não é um fator determinante. "Se o pai é diabético há grandes chances do filho desenvolver diabetes. Porém, o ambiente também tem um papel importante. Se o filho evitar ao longo da vida ganhar muito peso, ter uma alimentação mais saudável, praticar atividade física, ele tem menos risco de desenvolver o diabetes. Então, apesar de ter uma base genética os hábitos de vida podem favorecer o desenvolvimento ou não da doença", garantiu. 

Desde o diagnostico de diabetes tipo 1, Valdite da Silva precisa tomar medicamento regularmente e realizar exames a cada três meses. 

A médica endocrinologista Sandra Lopes, explica que existem diferentes tipos de diabetes, sendo os mais comuns o tipo 1 e o tipo 2. "O diabetes mellitus tipo 1 ocorre geralmente na infância ou no adulto jovem, apresentando sintomas como glicemia elevada, emagrecimento e sede excessiva. Já o tipo 2, mais frequente em pessoas acima dos 45 anos, está associado ao ganho de peso, sedentarismo, erros alimentares e condições como hipertensão e colesterol alto."

Lopes ressalta a importância do diagnóstico preciso para a escolha do tratamento adequado. "Com base na história clínica, sintomas, histórico familiar e exames complementares, como níveis de glicemia e dosagem de anticorpos, o médico endocrinologista pode determinar se é um diabetes tipo 1 ou tipo 2 e prescrever o tratamento mais adequado, seja ele baseado em insulina ou medicamentos via oral", afirma.

O tratamento para a doença é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde no país. Em Salvador, o atendimento e a dispensa de remédio - com a prescrição médica - são realizados nas Unidades Básicas de Saúde, e, segundo a SMS,  se necessário, os usuários são encaminhados para serviços de atendimento especializado. Além disso, o Cedeba oferece o serviço de atenção multidisciplinar em áreas nas quais ocorrem complicações na evolução da doença, com serviços de Angiologia, Nefrologia, Ginecologia, Cardiologia, Oftalmologia, Urologia, Psiquiatria, Exames laboratoriais, Eletrocardiograma (ECG), Ultrassonografia, Doppler e Citologia de tireoide.

A prevalência do diabetes tem aumentado tanto entre adultos como entre crianças. "Antigamente, o diabetes mellitus tipo 2 era mais comum em adultos, porém, com o avanço da obesidade na população infantil, temos observado o desenvolvimento do diabetes tipo 2 em alguns pacientes pediátricos e adolescentes. A obesidade tem alterado esse cenário da doença", explica a médica.

Os sinais de alerta que indicam a possibilidade de diabetes incluem perda de peso, aumento da frequência urinária e sede excessiva. No entanto, muitos pacientes podem ser portadores da doença sem apresentar sintomas. "Pessoas com fatores de risco, como histórico familiar, idade acima dos 45 anos, hipertensão, colesterol alto ou excesso de peso, devem fazer avaliações de glicose, mesmo que não tenham sintomas, pois o diabetes pode ser assintomático", destaca a Dra. Sandra.

O Panorama da Diabetes da OPAS nas Américas, lançado em novembro de 2022, traz o alerta para o crescimento de pessoas diabéticas nos países americanos. Segundo dados, cerca de 62 milhões de pessoas vivem com diabetes nas Américas, um número que deve ser muito maior, já que cerca de 40% das pessoas não sabem que têm a doença. A expectativa é que o número de pessoas com diabetes na região chegue a 109 milhões até 2040. 

Conheça os tipos da Diabetes

Tipo 1

A diabetes tipo 1 é uma doença crônica não transmissível e hereditária, que afeta cerca de 5% a 10% dos diabéticos no Brasil. Embora seja mais comum em adultos, também pode se manifestar em crianças. A causa exata ainda é desconhecida, mas fatores genéticos desempenham um papel significativo. Sintomas como fome frequente, sede constante, perda de peso e fraqueza podem indicar a presença do diabetes tipo 1. O tratamento envolve o uso diário de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose no sangue.

Tipo 2

A diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não utiliza adequadamente a insulina produzida. É o tipo mais comum de diabetes, afetando cerca de 90% dos pacientes diabéticos no Brasil. O sobrepeso, sedentarismo, níveis elevados de triglicerídeos, hipertensão e hábitos alimentares inadequados estão diretamente relacionados ao desenvolvimento do diabetes tipo 2. Além do controle da glicose no sangue, é essencial tratar outras doenças que podem estar associadas, como pressão alta e colesterol elevado.

Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA)

O LADA é uma forma de diabetes que afeta principalmente adultos e representa um agravamento do diabetes tipo 2. Nesse caso, ocorre o desenvolvimento de um processo autoimune em que o próprio organismo passa a atacar as células do pâncreas. O diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para evitar complicações.

Pré-diabetes

O pré-diabetes ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas não o suficiente para ser classificado como diabetes tipo 1 ou tipo 2. É um estágio crítico, pois ainda é reversível. Cerca de 50% dos pacientes diagnosticados com pré-diabetes acabam desenvolvendo a doença. Mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável e atividade física regular, desempenham um papel crucial no controle e prevenção do diabetes.

Diabetes gestacional

O diabetes gestacional ocorre durante a gravidez e afeta de 2% a 4% de todas as gestantes. Os níveis de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas abaixo do valor para ser classificado como diabetes tipo 2. O acompanhamento médico regular durante o pré-natal é essencial para garantir a saúde da mãe e do bebê. Mulheres com diabetes gestacional têm maior risco de complicações durante a gravidez e têm maior probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.

Sintomas

Os sintomas da diabetes podem variar de acordo com o tipo. Na diabetes tipo 1, os sintomas são fome frequente, sede constante, vontade de urinar várias vezes ao dia, perda de peso, fraqueza, fadiga, mudanças de humor, náuseas e vômitos. Já no diabetes tipo 2, também incluem fome frequente, sede constante, formigamento nos pés e mãos, vontade de urinar frequentemente, infecções recorrentes na bexiga, rins e pele, feridas de cicatrização lenta e visão embaçada.

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