DNA de autor confesso por triplo homicídio de mulheres em Ilhéus não é encontrado nos corpos das vítimas; o caso ainda tem pontos não esclarecidos
As circunstâncias, motivação e autoria do crime são questionadas por peritos
Foto: Reprodução
O DNA de Thierry Lima da Silva, de 23 anos, autor confesso do crime de triplo homicídio de mulheres na Praia dos Milionários em Ilhéus, não foi encontrado nos corpos das vítimas e nem nas facas, prováveis armas do crime. O resultado do exame realizado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Salvador, foi divulgado na última quinta-feira (11).
Peritos criminais do DPT, entrevistados pelo Correio da Bahia, apontaram questão relacionados ao crime que ainda não foram esclarecidos e que geram dúvidas sobre as circunstâncias, motivação e autoria.
O fato de não haver nenhuma informação do local em que Thierry teria escondido a arma do crime, mesmo ele tendo confessado, é um dos questionamentos levantados.
Outro ponto é que não há sinas de que as vítimas tentaram se defender. Em relação a isso, os peritos apontam que é pouco plausível que um homem sozinho tenha conseguido matar as três vítimas, sem que elas tentassem se defender, ferindo o agressor como normalmente acontece em lutas corporais, e sem tentativa de fuga ou pedido de socorro.
A motivação de latrocínio, conforme relato de tentativa de roubo de R$ 30 das vítimas feita pelo preso também é indicado como pouco convincente. O crime foi sido prolongado, brutal e sem roubo de bens relevantes e sinais de luta corporal, características que não condiz com tipo de crime apontado como motivação .
Por fim, o fato de o suspeito ter sido preso com base apenas na confissão, sem provas sólidas, acaba por não sustentar sozinho. Além disso, Thierry é dependente químico e possivelmente em situação de vulnerabilidade, o que pode levanta dúvidas se a confissão não foi obtida através de pressão. A opinião pública no caso de repercussão, também pode ser apontado como motivo para que a polícia apontasse rápido o culpado com elementos probatórios frágeis.
Em nota, a Polícia Civil informou que está aguardando a conclusão de todos os laudos periciais e de análises genéticas relacionadas ao triplo homicídio. de
“Um homem preso em flagrante por tráfico de drogas e que teve um mandado de prisão preventiva cumprido pelo homicídio do companheiro Lucas dos Santos Nascimento, continua sendo investigado pelas mortes de Maria Helena do Nascimento Bastos, Mariana Bastos da Silva e Alexsandra Oliveira Suzart. Além disso, confirmou que, uma vez que ainda não existem elementos comprobatórios suficientes e conclusivos para afastá-lo da suspeita”, complementou.
A organização ainda pontuou que outras pessoas também estão sendo investigadas e que as demais diligências seguem em sigilo, como forma de não comprometer a investigação em andamento.
