Dois PMs são presos e quatro são afastados por envolvimento em tortura e execução no sertão baiano
Os policiais militares são investigados pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual.

Foto: Flávia Vieira/ Ascom SSP.
O Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) deflagraram nesta terça-feira (2) a Operação Invisíveis contra seis policiais militares investigados pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual relacionado a tortura e morte de Edmilson Cruz do Carmo, ocorrida em 17 de fevereiro de 2024 no município de Monte Santo, sertão baiano.
A operação cumpriu decisões judiciais da Vara Criminal da cidade e resultou na prisão temporária de dois policiais e no afastamento das funções de outros quatro.
Outros oito mandados de busca e apreensão também foram cumpridos nos municípios baianos de Euclides da Cunha, Ribeira do Pombal e Monte Santo; em Aracaju, capital sergipana e em Trindade, Pernambuco. A casa dos investigados e as sedes da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Nordeste, localizadas em Ribeira do Pombal e Monte Santo foram alvos.
Durante a ação foram apreendidas armas, celulares, simulacro de armas e outros objetos. Todo o material passará por perícia.
Segundo investigações conduzidas Grupos de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp), inconsistências entre laudos periciais preliminares e a versão dos fatos apresentadas pelos PMs, refutaram a suposta troca de tiros alegada pelos policiais que causou a morte de Edmilson.
As novas provas trazidas ainda revelaram que Edmilson foi torturado e executado dentro de casa de forma sumária por dois PMs, em uma ação previamente planejada pelos investigados. Um familiar da vítima, que presenciou o crime, também foi torturado e sofreu ameaças.
As apurações ainda apontaram que os outros quatro investigados garantiram a alteração da cena do crime, com a remoção do corpo e apagamento de vestígios. Eles ainda apresentaram objetos e depoimentos falsos na delegacia de polícia, com o objetivo de ocultar o homicídio sob alegação de suposta ação policial legítima.
A operação foi deflagrada de forma integrada pelo MP da Bahia, por meio dos Grupos de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp) e Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), pela Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral (Force) e da Corregedoria da Polícia Militar, ambos da SSP, com a participação dos Gaecos do Ministério Público do Estado de Sergipe e de Pernambuco.

