Dólar fica estável a R$ 5,41, mas Bolsa fecha em queda com maior tensão política e fiscal
Ibovespa recuou 0,59%, aos 141.791 pontos, nesta segunda-feira (8); analistas citam cautela com cenário doméstico e expectativa por dados de inflação nos EUA

Foto: Agência Brasil
O dólar encerrou a segunda-feira (8) praticamente estável, com leve alta de 0,07%, cotado a R$ 5,41. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu 0,59% e fechou o pregão em 141.791 pontos, em meio à maior percepção de risco político e fiscal no Brasil.
Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, em entrevista ao Metropólis, a pressão interna contrastou com o movimento internacional, no qual o dólar recuou diante das apostas em cortes sequenciais de juros nos Estados Unidos até o fim do ano. “No Brasil, a cautela com o cenário político e fiscal levou investidores a buscar proteção cambial, enquanto o início da semana concentra a divulgação de indicadores como o IPCA e dados de inflação nos EUA”, avaliou.
A Bolsa chegou a ensaiar alta no início do pregão, mas perdeu força ao longo do dia, com a queda do petróleo e o recuo das ações de grandes bancos. Os juros futuros também subiram, acompanhando o avanço da moeda americana no mercado doméstico.
Nesta semana, investidores aguardam a divulgação de importantes indicadores nos Estados Unidos. O índice de preços ao produtor (PPI) de agosto será publicado na quarta-feira (10), e o índice de preços ao consumidor (CPI) sai na quinta (11). Esses números devem dar mais clareza sobre a trajetória da economia americana e a intensidade dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Atualmente, a taxa de referência nos EUA está entre 4,25% e 4,50%. O mercado já precifica em 100% a redução na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), marcada para o dia 17. A dúvida é o tamanho do corte e quantos ainda ocorrerão até dezembro.
No Brasil, a divulgação do Boletim Focus nesta segunda-feira mostrou que as projeções de inflação para 2025 pararam de cair após 14 semanas, ficando em 4,85%. Para 2026 e 2027, entretanto, as estimativas continuam em queda, passando para 4,30% e 3,93%, respectivamente. O IPCA, que mede a inflação oficial do país, será divulgado nesta quarta-feira (10).