O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), teve R$ 29,4 milhões em bens bloqueados pela Justiça em processo no qual o político é réu por suspeita de improbidade administrativa à época em que foi prefeito da cidade de São Paulo. A decisão é da 14ª Vara da Fazenda Pública do estado de São Paulo.

Em 2018, o Ministério Público acusou o político por improbidade devido a suposta propaganda irregular feita do programa "Asfalto Novo", da Prefeitura. De acordo com os promotores, as irregularidades causaram prejuízo de R$ 29 milhões aos cofres públicos. Ainda com base na acusação, o MP aponta que ele teria causado danos aos cofres públicos por supostamente autorizar despesas não previstas em lei e por ferir o princípio da impessoalidade, que prevê que não se pode confundir a administração com a figura pessoal dos administradores.

A defesa de Doria disse, em nota, que não concordam com a indisponibilidade de bens e que irão recorrer da decisão. Em agosto de 2020, Doria já havia sido condenado a pagar R$ 600 mil em outro processo que respondeu por improbidade referente ao período em que administrou a Prefeitura de São Paulo. o MP o acusou de ter usado o slogan "Acelera, São Paulo" para promoção pessoal.

Veja a nota divulgada pelos advogados de Doria:

"A ação civil pública citada encontrava-se sem movimento desde julho de 2019 e, curiosamente às vésperas das eleições municipais, foi retomada com a apreciação da liminar requerida pelo MP. A defesa de João Doria não concorda com os motivos e fundamentos invocados pelo magistrado para decretar a indisponibilidade dos seus bens, especialmente porque Doria jamais dilapidaria o seu patrimônio para evadir-se das suas responsabilidades. A defesa recorrerá ainda esta semana ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para reverter a decisão que tem caráter liminar."