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"É o fraudador pedindo proteção contra sua própria fraude " diz BTG sobre acionistas da Americanas

Banco subiu o tom contra acionistas da Americanas: ‘semideuses do capitalismo’

Por Da Redação
"É o fraudador pedindo proteção contra sua própria fraude " diz BTG sobre acionistas da Americanas
Foto: Divulgação

Uma petição redigida pelos advogados do banco BTG Pactual, do escritório Galdino & Coelho, expõe e critica os homens mais ricos do Brasil. Sócios da 3G Capital, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, maiores acionistas de referência da Americanas, são chamados de "semideuses do capitalismo" pela instituição financeira. O documento em questão, apresentado no último sábado (14), visa derrubar uma liminar que protege a varejista dos credores.

O juiz da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Paulo Assed, concedeu uma medida de tutela de urgência cautelar pedida pela Americanas, impedindo bloqueio, sequestro ou penhora de bens da empresa, depois da divulgação de um rombo financeiro de R$ 20 bilhões.  

“Os três homens mais ricos do Brasil (...), ungidos como uma espécie de semideuses do capitalismo mundial 'do bem', são pegos com a mão no caixa daquela que, desde 1982, é uma das principais companhias do trio”, dizem os advogados do banco.

“[A decisão] absolve liminarmente os acionistas controladores, literalmente os três homens mais ricos do Brasil, livrando-os de pagar a conta de sua própria pirotecnia e colocando todo o fardo da sua lambança contábil nos ombros dos credores”, completam.

Na petição, o BTG Pactual, que é um dos maiores credores da varejista, classificou o rombo como "a maior fraude corporativa de que se tem notícia na história do país", citando um trecho do livro "Sonho grande: Como Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira revolucionaram o capitalismo brasileiro e conquistaram o mundo", de Cristiane Correa.

“É o fraudador pedindo às barras da Justiça proteção ‘contra’ a sua própria fraude. É o fraudador cumprindo a sua própria profecia, dando verdadeiramente ‘uma de maluco para esses caras saberem que é pra valer’. É o fraudador travestindo-se como o menino da antiga anedota forense, que, após matar o pai e a mãe, pede clemência aos jurados por ser órfão”, diz trecho da petição. 

Com patrimônio total avaliado em R$ 180 bilhões, Lemann, Telles e Sicupira são acusados pelo banco de terem construído “seus impérios em bases que não são tão sólidas quanto parecem”. “Tudo indica que todo esse ardil já está sendo planejado e operado há muito tempo. Ao apagar das luzes de 2021, a 3G Capital simplesmente abre mão do controle da companhia, curiosamente sem qualquer prêmio, criando a figura de ‘acionistas de referência’ para seguir controlando suas decisões por trás dos panos, sem a exposição ordinária de um controlador comum”, afirmam os advogados do banco.

Fundada em 2004, a 3G Capital é uma empresa brasileira-estadunidense de private equity e tem grandes companhias do setor de varejo no portfólio. É por meio do fundo da 3G Capital que os três bilionários investem e detém o controle de várias empresas de grande relevância no Brasil e no exterior. Esse era o caso, por exemplo, da Americanas. Atualmente,  Lemann, Telles e Sicupira possuem 40% de participação na varejista. Os três perderam R$ 3,18 bilhões em um dia após a queda de 77% no valor das ações da empresa na quinta-feira (12), após o escândalo da divulgação do rombo.

“O escândalo da Americanas não se trata de um rombo recente, mas construído ano a ano há mais de década, tudo parte de um plano engendrado para lucrar às custas de todo o mercado financeiro e sair ileso, com bens blindados no exterior”, afirma o BTG Pactual. 

Maiores bilionários brasileiros

O ranking de bilionários brasileiros, divulgado pela revista Forbes em setembro do ano passado, mostra 290 nomes. Para figurar entre os 10 maiores bilionários do Brasil, é preciso ter um montante superior a R$ 22 bilhões. A lista é encabeçada pelo empresário suíço-brasileiro Jorge Paulo Lemann, de 82 anos, que soma R$ 72 bilhões.

Em terceiro lugar está Marcel Herrmann Telles, 72 anos, que soma R$ 48 bilhões. Na sequência, em quarto lugar na lista, está Carlos Alberto Sicupira, de 72 anos, com R$ 39,85 bilhões. Todos os três nasceram no Rio de Janeiro e têm a AB Inbev e 3G Capital com origem de seus patrimônios.
 

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