Economia brasileira deve crescer até 9% no terceiro trimestre
Recuperação mais rápida de setores fundamentais da economia mantém otimismo

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Depois do estado de letargia imposto pelo coronavírus na primeira metade do ano, a economia brasileira dá sinais de reação e deve recuperar parte das perdas no terceiro trimestre. O impulso é tracionado pela retomada mais rápida do que a estimada de setores fundamentais, como o varejo, que em agosto cresceu 3,4%, o maior patamar em 20 anos, e a volta da atividade industrial para níveis próximos ao pré-crise.
O tom otimista se reflete na revisão para cima do PIB (Produto Interno Bruto) entre os meses de julho e setembro, em comparação aos três meses anteriores, e o fim da recessão técnica iniciada no segundo trimestre. Enquanto o Ministério da Economia estima avanço de 7,3%, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) prevê que a soma das riquezas produzidas pelo país chegue a 9% no período.
A euforia também é compartilhada pelas análises de outros agentes do mercado. A XP Investimentos alterou a estimativa para 7,8%, mesmo caminho adotado pelo banco Safra, que espera avanço de 8,5% do PIB no terceiro trimestre, ante alta de 5% estimada no início de setembro. Para a Cláritas Investimentos, a recuperação deve ficar próxima de 8%.
Mesmo que todas as previsões apontem para a disparada do PIB no terceiro trimestre, o ano ainda deve encerrar com retração histórica abaixo de 5%. O número, no entanto, é muito otimista ante as previsões feitas ao longo do primeiro semestre, no auge da pandemia. Em junho, o FMI (Fundo Monetário Internacional) projetou retração de 9,1% da atividade econômica do país em 2020.
Em outubro, a expectativa foi diminuída para queda de 5,8%. A previsão ainda é mais pessimista que a estimada pelas entidades brasileiras. A CNI espera queda de 4,2%, mais próximo dos 4,5% estimado pelo banco Safra, 4,6% da XP Investimentos, 4,8% da MB Associados e 5% da Cláritas Investimentos. A previsão oficial do governo federal é de recuo na casa de 4,7%.