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Em busca de diversidade, empresas fazem seleções de empregados "às cegas"

Método permite que os candidatos sejam avaliados de forma anônima, eliminando vícios e preconceitos

Ás

Em busca de diversidade, empresas fazem seleções de empregados "às cegas"

Foto: Divulgação

O modelo de recrutamento de pessoal chamado de "seleção às cegas" tem se tornado cada vez mais comum no Brasil, característico por sua diversidade cultural e social. Com bons resultados na Europa, esse modo de seleção de novos talentos se consolida como uma forma mais ética e assertiva para melhor aproveitamento de candidatos em um processo seletivo, já que informações pessoais como gênero, idade, estado civil, endereço, cidade, se possui filhos, sua etnia não são repassadas.

Em um mundo em que se exige menos preconceitos e discriminação, o método permite que os candidatos sejam avaliados de forma anônima, eliminando vícios e preconceitos entre os recrutadores bem como dos requisitantes na busca de novos talentos. A metodologia é adotada nos Estados Unidos e na Europa por empresas que prezam a diversidade e a inclusão no mercado de trabalho. 

A GE tem adotado ,desde 2017, esse método em seus mais de 30 processos seletivos em diferentes áreas. Já, a Nubank alcançou cerca de 10% das suas contratações no ano de 2017 com a seleção às cegas, garantindo equipes mais diversificadas. 

O estudante de Jornalismo Jacson Gonçalves, 25, é cadeirante e confessou ao Farol da Bahia que já sentiu o preconceito de recrutadores na sua busca por estágio. "Eu acho que as pessoas que trabalham em algumas empresas tem preconceito. Tanto que nas ligações que recebo para fazer as entrevistas para uma possível vaga de estágio, eu não relato que sou cadeirante para não correr o risco de eles cancelaram a entrevista. Pois, já aconteceu de eu relatar que sou cadeirante e sentir um tom diferente da pessoa do outro lado", conta.

Recrutamento

O modelo de recrutamento "às cegas" é utilizado pela empresa Votorantim Cimentos, por exemplo, há dois anos para selecionar trainees. Na seleção de 2020, a lista de pré-requisitos se resume a apenas dois itens: candidatos formados no ensino superior entre dezembro de 2016 e dezembro de 2019 – de qualquer faculdade e qualquer curso – e nível intermediário de inglês. 

Para a gerente global de Captação, Treinamento e Desenvolvimento da companhia, Thatiana Soto Riva, o processo de seleção às cegas elimina os julgamentos precipitados e, ao mesmo tempo, valoriza aspectos profissionais, características técnicas, competências, habilidades e tendências comportamentais dos candidatos. 

"As informações pessoais, como nome da faculdade que cursou, formação e idade não são relevantes. Com isso, buscamos maior diversidade entre os candidatos, tanto na formação quanto nas experiências individuais. Acreditamos que isso contribui de maneira significativa para o desempenho da empresa como um todo”, afirma.

Em 2018, a empresa recebeu 24 mil inscrições na primeira seleção de trainees. Desses, 60 seguiram para a primeira fase presencial e 20 para a fase final. Por meio de uma parceria com o projeto social Moradigna, os candidatos tiveram na etapa presencial a possibilidade de atuar na reforma de casas populares em uma comunidade da periferia da cidade de São Paulo. 

Dos 20 finalistas, 11 candidatos iniciaram sua carreira como trainees no início de 2019. Foram selecionadas pessoas com diferentes tipos de formação e gênero, vindas de várias regiões do Brasil. “A organização como um todo está bem conectada com o tema de diversidade e inclusão. Tivemos um alto engajamento dos nossos times internos na inclusão e desenvolvimento dos novos trainees e eles já estão entregando excelentes resultados”, ressalta o consultor de Atratividade e Diversidade da companhia, Aldo Frachia.

Inscrições

Quem se interessou pelo programa de trainee da empresa pode fazer a inscrição por meio da internet  até o dia 28 de agosto. São 15 vagas com duração de 16 meses, com início em janeiro de 2020. 

A remuneração mensal é de R$ 6.300, e o contratado terá também benefícios como plano de saúde, vale refeição, entre outros, além de participar de um Programa de Incentivo de Curto Prazo, com bônus de desempenho que varia de 2,5 a 3,75 salários. 

O trainee vai passar por quatro meses de integração, quando vivenciará todas as operações e áreas da empresa. Em seguida, ele vai atuar em três projetos, em áreas da sua escolha, com duração de quatro meses cada. Em paralelo aos projetos, os trainees participam do Programa Potenciar, formado por trainees e jovens internos de todas as empresas investidas do Grupo, com três semanas de formação presencial e desenvolvimento de projetos em grupos.
 


 

 
 

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