Em março, governo entregou somente menos da metade das vacinas contra Covid-19 prometidas
Mês foi considerado o mais mortal desde o começo da pandemia em 2020

Foto: Reprodução/Confetam
No mês marcado pelo maior número de mortos desde o início da pandemia de Covid-19, o Ministério da Saúde entregou aos estados menos da metade das doses de vacina que havia prometido para março. De acordo com os dados do portal Localiza SUS, a pasta distribuiu 20.321.310 doses aos estados, quando havia prometido 46.033.200 doses para o mês.
A promessa envolvendo a distribuição das doses havia sido feita em um anúncio do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello no dia 17 de fevereiro. Além disso, a estimativa oficial mais recente ainda é de 47,3 milhões de doses, entretanto, o novo ministro, Marcelo Queiroga, já estimou, sem dar detalhes dos motivos, que devem ser recebidas apenas 25,5 milhões.
Ao jornal O Globo, a pasta explicou que o cronograma é apenas uma previsão e está sujeito a alteração a depender dos laboratórios. Porém, especialistas na área indicam que o erro da pasta foi justamente não diversificar o número de fornecedoras para minimizar os riscos impostos por incidentes na produção. Além disso, os especialistas citam ainda entraves na produção e as dificuldades na importação de insumo farmacêutico ativo (IFA).
"Se tivéssemos sentado com Butantan e Bio-Manguinhos (Fiocruz) e planejado de maneira conjunta e articulada; se tivéssemos optado por 20% da população em número de doses no Covax Facility da OMS e não por 10%; e se tivéssemos comprado e reservado doses dos outros laboratórios, teríamos em janeiro começado a vacinar 2 milhões de pessoas por dia", criticou o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão
Nesta quinta-feira (1º), foram registradas mais 3.673 mortes nas últimas 24 horas, com o Brasil alcançando o número de 325.559 mortes pela doença. Mais 89.459 pessoas foram diagnosticadas com infecção pelo vírus, totalizando 12.842.717 casos até agora.