Em meio a crise do coronavírus, distribuição de remédios do “kit intubação” subiu até 2.302% em março
Hospitais, associações e gestores alertam sobre a falta desses medicamentos usados para intubar pacientes com a Covid-19 em leitos de UTI

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Com o agravamento da pandemia do coronavírus, a distribuição de alguns medicamentos do chamado kit intubação feita pelo Ministério da Saúde aos estados, registrou alta de até 2.302% nas primeiras semanas de março.
Hospitais, associações e gestores alertam sobre a falta desses analgésicos, sedativos e bloqueadores musculares, usados para intubar pacientes diagnosticados com a Covid-19 em leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs).
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, a quantidade de propofol distribuído pela pasta foi de 679,5 mil em março deste ano, o equivalente a uma alta de 1.553% em relação a fevereiro (41,1 mil). O medicamento é indicado para deixar o paciente inconsciente ou sedado.
Já o atracúrio, indicado para facilitar a intubação e relaxar a musculatura, teve crescimento de 2.302% em março, quando foram distribuídas 399,3 mil unidades do fármaco, ante 16,6 mil em fevereiro.
Em ofício encaminhado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao Ministério da Saúde, 13 governadores cobraram do governo federal providências para a aquisição imediata dos medicamentos do kit intubação.
Após as cobranças, o Ministério da Saúde requisitou das indústrias farmacêuticas, somente na última quarta-feira (17), 665,5 mil medicamentos de intubação orotraqueal.
De acordo com levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) feito entre 7 e 13 de março, 11 medicamentos estão em falta ou em baixa cobertura (estoque de 0 a 20 dias) em mais de 10 estados. Já em relação a bloqueadores musculares, 18 unidades federativas apresentam dificuldades.
Na última sexta-feira (19), o Ministério Público Federal (MPF) enviou um ofício ao Ministério da Saúde requisitando informações urgentes sobre a disponibilidade de remédios do kit intubação e as providências adotadas pela pasta para evitar a falta das substâncias em hospitais de todo o país.


