Em protestos, chilenos apoiam redução de salário de parlamentares pela metade
Projeto será votado nesta quarta-feira (27) na Câmara dos Deputados

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Os protestos por causa dos altos salários que os deputados e senadores do Chile se tornam cada dia mais fortes. Após cinco anos de tentativas fracassadas e resistência de vários partidos políticos, a iniciativa parece que finalmente sairá do papel. Nesta quarta-feira (27), será votado o projeto que visa reduzir a remuneração mensal bruta de senadores e deputados de US$ 11.700 (cerca de R$ 49.300) para US$ 5.850 (aproximadamente R$ 24.700).
De acordo com os estudos realizados Centro Latinoamericano de Políticas Econômicas e Sociais (Clapes UC), em 2018, o Chile era o país que, na América Latina, pagava as maiores remunerações a seus parlamentares, sem considerar subsídios adicionais, como diárias ou despesas de transporte, entre outros.
Os parlamentares do Chile, no entanto, recebem mais que o dobro da média, com US$ 23.035 (R$ 97,2 mil, ajustado ao PPC), seguido pelo México e pelo Brasil, com US$ 20.609 (R$ 87 mil) e US$ 16.462 (R$ 69,5 mil), respectivamente.
Em 2016, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) realizou um estudo comparativo dos salários no Chile, em relação a outros países do mundo. Com base nos dados obtidos, a organização garante que o país ocupa o primeiro lugar nas remunerações parlamentares mais altas do conjunto de 26 países estudados.
O relatório coloca o Chile com um salário de US$ 24.599 (R$ 103,8 mil ajustado ao PPC), bem acima de países europeus como o Reino Unido (US$ 7.892 ou R$ 33,3 mil), França (US$ 6.650 ou R$ 28 mil), Noruega (US$ 6.142 ou R$ 25,9 mil) ou Espanha (US$ 4.164 ou R$ 17,5 mil).