Durante reunião com 40 embaixadores nesta segunda-feira, 18, no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou um inquérito da Polícia Federal sobre suposta manipulação durante processo eleitoral de 2018. Segundo ele, um hacker alegou ter tido acesso ao Tribunal Superior Eleitoral através da senha de um ministro.

O inquérito atesta que os hackers ficaram por oito meses dentro dos computadores do TSE. "Diz ao longo do inquérito que eles poderiam alterar nomes de candidatos, tirar foto de um e transferir para outro", afirma Bolsonaro.

O presidente alegou ter tido acesso ao inquérito no ano passado e que o documento não tem "qualquer classificação sigilosa", mas, ainda assim, que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes abriu um inquérito contra ele por ter divulgado.

Bolsonaro disse ainda que a Polícia Federal atestou "total falta de colaboração do TSE para com a apuração do que os hackers tinham feito ou não" nas eleições de 2018, devido à demora de sete meses para a Corte informar sobre o apagamento de dados.

"Até hoje esse inquérito não foi concluído. Eu entendo que não poderíamos ter tido eleições em 2020 sem a apuração total sobre o que aconteceu lá dentro, porque o sistema é completamente vulnerável", diz Bolsonaro, ao questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas ao mostrar uma reportagem da Folha que diz que apenas três países no mundo utilizam o sistema.

"No Brasil não tem como acompanhar uma apuração. Eu não sei o que vem fazer observadores de fora, já que o sistema é falho e inauditável. Com todo respeito, oito meses passeando dentro do sistema do TSE, esse grupo de hackers, será que o TSE não sabia?", indagou o presidente.