Em reunião, UE define condições para se relacionar com Talibã

Países negam, no entanto, reconhecimento imediato do grupo extremista

Por Da Redação
Ás

Em reunião, UE define condições para se relacionar com Talibã

Foto: Reprodução/Twitter/AFP

Os países da União Europeia (UE) discutiram nesta sexta-feira (3), em reunião na Eslovênia, as condições para intensificar relações com o Talibã, que tomou o poder no Afeganistão em 15 de agosto, e concordaram em estabelecer uma presença conjunta em Cabul para ajudar na retirada de mais pessoas. Para o chefe da política externa da UE, Josep Borrell, o grupo fundamentalista islâmico deve respeitar os direitos humanos, incluindo os das mulheres, e não permitir que o Afeganistão se torne uma base para o terrorismo.

“Temos que nos relacionar com o novo governo no Afeganistão, o que não significa reconhecimento. É uma relação operacional”, afirmou Borrell. Essa relação operacional, segundo ele, pode aumentar a depender do comportamento do grupo. 

Na reunião, Josep Borrell apresentou uma série de passos que as novas autoridades no Afeganistão teriam de cumprir, no momento em que os talibãs se preparam para anunciar um novo governo. Entre as condições, estão que o país não sirva de base para o terrorismo, que respeite os direitos das mulheres e dos meios de comunicação, o estabelecimento de um governo "inclusivo e representativo" e que permita o acesso à ajuda internacional.

Ele disse ainda que os talibãs devem estar à altura de seu compromisso de permitir que os cidadãos estrangeiros e afegãos "em risco" possam sair do país, depois da conclusão da retirada das forças militares lideradas pelos Estados Unidos, no final de agosto. “Decidimos coordenar nossos contatos com os talibãs, incluindo uma presença ([da UE] em Cabul, se as condições de segurança permitirem”, disse. 

Em relação à ajuda humanitária, Borrell disse que a UE irá se comprometer em ajudar o povo afegão. O diplomata afirmou, no entanto, que julgará as autoridades talibãs "de acordo com o acesso que fornecerem". O diplomata espanhol também mencionou a necessidade de continuar, por meio de uma "plataforma política regional", a colaboração com os países vizinhos do Afeganistão. Esta semana, os países da UE se comprometeram a apoiar os países da região na recepção de refugiados em fuga dos talibãs. Com isso, a UE quer evitar uma onda migratória em seu território, o que ainda não aconteceu, já que Paquistão e Irã acolhem os maiores contingentes de refugiados afegãos.
 

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