Empresas de crédito podem abaixar nota e deixar seu nome sujo durante pandemia

Projeto de lei que suspende inscrição de inadimplentes segue em tramitação

Por Da Redação
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Empresas de crédito podem abaixar nota e deixar seu nome sujo durante pandemia

Foto: Reprodução/Internet

As empresas que armazenam as informações de bons e maus pagadores e utilizam esses dados para elaborar as notas de crédito (o chamado score), afirmam que a fórmula usada para definir a pontuação não foi alterada por causa da crise do coronavírus. Essas firmas até ampliaram o prazo para incluir as notificações no sistema, mas continuam recebendo os dados de quem está em dia e de quem está em atraso com os compromissos. 

O envio dos dados do cadastro negativo só poderá ser suspenso, se houver uma modificação na lei. No último dia 12 de maio, o Senado aprovou projeto que proíbe a inscrição de consumidores inadimplentes em cadastros negativos durante a pandemia (PL 675/2020). Mas como o texto foi modificado em relação ao que havia sido aprovado na Câmara, em abril, o projeto retornou para nova análise dos deputados.

Se aprovada, a suspensão será retroativa para os casos de inadimplência registrados após 20 de março, data em que foi aprovado o estado de calamidade. De acordo com os autores do projeto, o objetivo é garantir que os atingidos pela pandemia permaneçam com acesso a crédito. O setor reconhece que o cadastro positivo ainda está em construção, pois por enquanto a pontuação está sendo feita apenas com dados dos bancos e financeiras.

As empresas de crédito ainda não estão recebendo as informações dos bons pagadores de outros setores, como o de telefonia e dos serviços públicos, de energia e saneamento. "Como resultado disso, devedores e credores terão um prazo alongado para realizar a renegociação", diz Elias Sfeir, presidente nacional da ANBC (Associação Nacional dos Birôs de Crédito). Segundo ele, a economia só poderá ser reconectada pelo crédito. "Mas colocar uma grande quantidade de recursos sem informação de nada adianta. Como dar crédito a alguém se não o conheço", afirma o presidente.

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