Encontro em Salvador debate prevenção do HIV e hepatites virais no Brasil
O evento começou nesta terça-feira (27) e vai até a próxima quinta-feira

Foto: Davi Valadares/Farol da Bahia
Buscando ampliar a prevenção as doenças sexualmente transmissíveis, começou nesta terça-feira (27) e vai até a próxima quinta-feira, no Hotel Intercity, em Salvador, o 2° Encontro Nacional de Projetos Apoiados pelo Fundo Positivo. Palestras, programações culturais e oficinas organizadas pela Organizações da Sociedade Civil (OSC) e o Fundo Positivo estão previstos no evento.
O fundador e coordenador-geral do Fundo Positivo, Harley Henriques, explica a importância de trazer esse tipo de assunto para a capital baiana. "Pela primeira vez, Salvador sedia esse projeto. Até quinta-feira estaremos reunindo 35 lideranças de todo o país para debater esse assunto tão importante. Estamos aqui não só para trocarmos experiências, mas, principalmente, para formar e capacitar as organizações junto à comunidade e a sociedade civil”, afirmou.
Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV (UNAIDS) de 2016, o Brasil é o país da América Latina que mais concentra casos de novas infecções. O dado mais alarmante, entretanto, é que das 4.500 novas infecções pelo vírus HIV em adultos, 35% ocorreram entre jovens de 15 a 24 anos, principalmente jovens gays.
A presidente do Grupo Conexão G e primeira transexual a receber a Medalha Tiradentes, concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Gilmara Cunha, disse que falta políticas públicas para debater e passar a importância do uso de preservativos, principalmente para gays. “Existe avanços, mas, porém, ela não chega a onde tem que chegar, como, por exemplo, nas favelas, onde o índice de HIV é muito maior. É importante criar mecanismo de fato que atenda a população”, alertou.
Maria Silveira, de 42 anos, considera-se uma 'trabalhadora sexual' e há 17 anos foi infectada com o HIV. Ela explica o preconceito, a importância do tratamento e do aceitamento. “Minha participação no evento é para falar com relação a prevenção, a adesão ao tratamento e do próprio comportamento dentro da sociedade. Sabemos que apesar de estarmos no século XXI, o preconceito é grande. A ideia é mostrar que mesmo convivendo com HIV, eu também posso contribuir para a sociedade”, disse.
A psicóloga especializada em saúde da família, Talita Rodrigues da Silva, fala sobre o tratamento e como essas pessoas podem ter uma vida saudável mesmo após ter sido infectado com o vírus. “Hoje, no Brasil e no mundo, com as tecnologias e medicamentos, as pessoas que têm HIV podem viver normalmente e saudável como qualquer outra. É claro que essas pessoas ficam em situação de vulnerabilidade, por precisar sempre está atento ao controle do vírus, mas não tem nada que impeça a vida sexual ou social dessas pessoas", reforça a psicóloga.


