Endividamento dos mais pobres cresce e volta ao patamar recorde
População mais pobre tem sido afetada pela queda no valor do auxílio emergencial

Foto: Reprodução
Com a redução do valor do auxílio emergencial e o cenário pandêmico que afeta todos os segmentos da economia, o endividamento dos brasileiros mais pobres cresceu e retomou seu patamar recorde. Em abril, 22,3% da população com renda de até R$ 2.100 se dizia endividada, segundo o levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
O endividamento cresceu para todas as faixas de renda, mas o pior cenário foi registrado para os mais pobres porque a capacidade desse grupo de reservar um dinheiro emergencial é bem menor.
No ano passado, com as parcelas de R$ 600 do auxílio emergencial, muitas famílias conseguiram ter o mínimo para sobreviver durante a pandemia. No entanto, a capacidade das famílias de baixa renda de reservar um valor se esgotou aos poucos, visto que depois o benefício foi reduzido pela metade, passando a ser R$ 300, e depois foi suspenso, retomando em abril deste ano.
Contudo, a retomada do programa foi num formato bem enxuto. O auxílio que custou R$ 300 bilhões em 2020, neste ano está orçado em R$ 44 bilhões.
Essa fraqueza econômica pode ser ainda mais impactada, visto que os dados da taxa de desocupação no país só cresce. De acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação alcançou 14,4%, sendo o maior patamar já registrado. São 14,4 milhões de desempregados.