Entidades repudiam fala antissemita do economista Paulo Nogueira Batista sobre Ilan Goldfajn

Batista afirmou que Ilan é um nome hostil ao futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva

[Entidades repudiam fala antissemita do economista Paulo Nogueira Batista sobre Ilan Goldfajn]

FOTO: Reprodução/Twitter

A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e o grupo Judeus Pela Democracia divulgaram notas, no domingo (25), para criticar as manifestações antissemitas expressadas pelo economista Paulo Nogueira Batista Júnior em entrevista ao jornalista Luís Nassif, no jornal GGN, contra Ilan Goldfajn, recém nomeado-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Em sua fala, na entrevista ocorrida no dia 16 de dezembro, Batista, que é ex-diretor de instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco dos Brics, cita que o também economista Ilan, que ele pontua ter um sobrenome que considera impronunciável, é essencialmente um financista, ligado ao Tesouro americano, à comunidade judaica. "Na verdade, é judeu brasileiro, nasceu em Haifa, em Israel, e só tem o passaporte brasileiro", disse. 

De acordo com as declarações de Batista, Ilan é um nome hostil ao futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não teria se sentido em condições de barrar sua indicação. Além disso, o economista ainda pontuou que a comunidade judaica tem muita presença no Tesouro americano, no FMI, nos organismos internacionais, assim como em bancos privados. 

Em resposta às falas do economista, a Conib declarou, na nota, que condena veementemente as declarações antissemitas proferidas pelo economista Paulo Nogueira Batista Jr e afirmou que ele “recorre a velhos clichês antissemitas usados por fascistas e racistas para vilipendiar um cidadão brasileiro que tanto contribui para o nosso País”.

Já a Fierj publicou que, em ataque ao economista Ilan Goldfajn, "as falas de Paulo rememoram antigas teorias conspiratórias e absurdas sobre a relação entre o povo judeu e o dinheiro no mundo”.

O grupo Judeus Pela Democracia disse que a declaração de Batista é exemplo límpido do antissemitismo conspiracionista da esquerda e afirmou também que o economista usa do judaísmo de Ilan para acusá-lo de não ser brasileiro e servir a outros interesses. Segundo ele, é comum existirem as divergências ideológicas, mas "ancorar-se no antissemitismo como argumento é inaceitável”.

Depois das notas divulgadas pelas três entidades, Batista usou sua conta do Twitter para se defender. Ele afirmou que a acusação por antissemitismo é “calúnia” e questionou: “desde quando fazer críticas a um judeu (Ilan Goldfajn) caracteriza antissemitismo? Não o critiquei por ele ser judeu, mas por suas qualidades (ou falta de)”. Afirma ainda ser de ascendência judaica. “Os Nogueiras são cristãos-novos portugueses, que migraram para o Ceará. Bem sei que há judeus antissemitas (existe tudo), mas não é o meu caso”.


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